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NATO: Cimeira de Lisboa uma oportunidade em grande para a Rússia


NATO: Cimeira de Lisboa uma oportunidade em grande para a Rússia
NATO: Cimeira de Lisboa uma oportunidade em grande para a Rússia

Divergencias entre a Rússia e a NATO vão estar no centro dos contactos entre o presidente russo e os seus homologos da aliança

O presidente russo Dimitri Medvedev vai encontrar-se com os seus pares da NATO no âmbito do Conselho Russia-NATO, que reúne 28 Estados membros da Aliança Atlântica mais a Rússia. Vai ser um encontro paralelo a cimeira anual da NATO, e deverá permitir o debate de importantes questões entre as duas partes.

Durante uma recente viagem a Moscovo o Secretário-geral da NATO Aders Fogh Rasmussen disse que o encontro com o presidente russo em Lisboa vai ser uma oportunidade para o virar de uma nova página e para enterrar os fantasmas do passado.

Uma das questões chaves a serem debatidas, é o sistema de defesa de mísseis. A administração Bush tinha proposto em estabelecer interceptores de mísseis balísticos na Polónia e uma estação de radares na Republica Checa. Os russos opuseram fortemente a esse plano, afirmando que ele era direccionado contra Moscovo – uma posição rejeitada pelos responsáveis americanos.

Sean Kay um especialista da Universidade Wesleyan da NATO em Ohio, diz que com a sua chegada a Casa Branca, o presidente Barack Obama reconfigurou os planos de defesa de mísseis para a Europa.

“Dentro dos planos da NATO administração Obama e penso que muito bem, mudou o foco da atenção para uma defesa regional de anti-míssil, para capacidades de defesas anti-mísseis, em teatro de operações e para os tipos de defesa que já existem ao nível de protecção das tropas.”

A reacção de Moscovo ao último plano de defesa de mísseis, apesar de não ser cabalmente positiva, esteve aquém da sua oposição inicial em relação a iniciativa da administração Bush. Isto levou os responsáveis da NATO a procurar novas formas de cooperação com a Rússia, que serão analisadas durante a cimeira desta semana.

Robert Hunter, antigo embaixador americano na NATO durante a administração Clinton, analisa a aparente cedência russa nesta questão.

“Acontece que os russos tiverem que se engajar para se aperceberem que, o que estavam a fazer os conduzia ao um isolamento – eles devem na verdade obter alguns benefícios no que toca a segurança em termos de participação industrial. Penso que vimos igualmente o presidente Medvedev contrariar o primeiro-ministro e antigo presidente Vladimir Putin, dizendo “olha nós russos poderemos fazer melhor se trabalharmos com o Ocidente e particularmente os Europeus, em vez de fazermos figuras de cães a ladrar diante da comida.”

A NATO deverá igualmente discutir o reforço da cooperação com a Rússia no Afeganistão. A Rússia permite a NATO transportar materiais não letais da Europa para Afeganistão através do seu território.

O embaixador Robert Hunter fala da importância desta cooperação.

“A capacidade de usar a Rússia como a via de abastecimento, de alguns materiais, é uma ajuda para atenuar a pressão sobre as forças da NATO no Afeganistão que estão a encontrar dificuldades de trânsito através do Paquistão.”

Os responsáveis da NATO dizem querer expandir o acordo de forma a permitir o transporte de materiais outros, como equipamentos pesados. Por outro lado a NATO quer que a Rússia contribua com 20 helicópteros e pilotos para o treino das forças armadas afegãs.

Os analistas dizem que as relações entre a Rússia e a NATO vão para além da cooperação no Afeganistão, e que o ponto de discórdia entre as partes tem sido a expansão ou adesão dos antigos países do Leste à organização transatlântica, uma medida que Moscovo tem-se oposto fortemente.

Nesta cimeira de Lisboa, nenhum país deverá aderir a NATO e alguns analistas chegam mesmo a afirmar que a organização parece ter concluído de momento o seu projecto alargamento.

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