O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, tem estado a usar dados desactualizados para produzir relatórios sobre o Índice de Desenvolvimento Humano de Moçambique.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a projecção da esperança de vida para 2011 é de 52.4 anos, mas o PNUD fala de 50.2.
O Instituto diz que já escreveu carta de protesto contra os dados usados pelo PNUD, mas a situação continua, penalizando o País.
Saide Dade, Técnico Superior do Instituto Nacional de Estatística, explica que foi feito um trabalho conjunto entre as duas instituições de comparação das metodologias aplicadas e chegou-se à conclusão de que tudo é igual, mas os resultados têm sido diferentes.
Para Saide Dade, a única explicação tem a ver com o facto de que “o mandato das agências das Nações Unidas é de usar dados das instituições internacionais. No caso da população usam os dados do FNUAP, para Educação usam os da UNESCO e no caso do PIB usam dados fornecidos pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional. Sendo assim, nós estamos numa situação em que o PNUD não está a actualizar a base de dados de Moçambique, porque há progressos”.
Saide Dade revelou que “a esperança de vida passou de 50.9 em 2007 para 52.4 em 2011”.
Mas no recente relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano, Moçambique perdeu um degrau, sendo considerado o quarto país mais pobre do Mundo, até pior que a Guiné-Bissau ou Afeganistão, um país mergulhado numa profunda guerra.
Alguns analistas consideram que a comunidade internacional deve ter agenda oculta encomendada para atingir figuras do poder político em Moçambique.
O PNUD ainda não reagiu às alegações do Instituto Nacional de Estatística. A sua representante em Maputo está ausente do País em missão de serviço, mas o seu gabinete está a lidar com o assunto podendo reagir a qualquer momento.