O Governo cabo-verdiano já admitiu que a actual crise por que passa a Europa, começa a ter reflexos na vida do arquipélago.
Nesse sentido o primeiro-ministro, José Maria Neves, que recentemente manteve encontros de trabalho com os líderes das duas centrais sindicais (CCSL e UNTCS) disse que o executivo irá tomar medidas para reduzir as despesas do estado. José Maria Neves avançou também que não haverá aumento salarial no próximo ano e nem será atribuído o prometido décimo terceiro mês.
O primeiro-ministro passou essas informações aos líderes da CCSL, José Manuel Vaz e da UNTCS, Júlio Ascensão Silva, sindicalistas que exigem o cumprimento da promessa do décimo terceiro mês, feita pelo chefe do executivo cabo-verdiano, sem esquecer a aplicação do aumento salarial, visando repor o poder de compra dos trabalhadores.
No encontro com os dirigentes das duas centrais sindicais, José Maria Neves avançou que o Governo está a criar mecanismos para a implementação de um novo Plano de Cargo Carreira e Salários – PCCS na função pública, instrumento que na óptica do chefe do executivo, trará melhorias salariais para os trabalhadores.
Essa questão ficou para será aprofundada na reunião da concertação social agendada o decorrer deste mês, pelo que as centrais sindicais decidiram esperar para ver o que de concreto reflectirá o novo PCCS anunciado pelo Governo.
Declarações do secretario geral da Confederação dos Sindicados Livres, José Manuel Vaz, que na entrevista exclusiva concedida à VOA, falou também da intenção do Governo em tomar medidas para reduzir as despesas do estado.
Para o dirigente da CCSL essas medidas que são bem-vindas, chegam com algum atraso. Segundo José Manuel Vaz, os sinais de esbanjamento no aparelho do estado eram visíveis faz muito tempo.
A reportagem da VOA na cidade da Praia tentou uma entrevista com o primeiro-ministro para conhecer as medidas concretas a serem implementadas, visando a redução das despesas do estado.
Em reposta a nossa solicitação, a acessória de imprensa da chefia do Governo
informou-nos que José Maria Neves disse estar ainda a auscultar os parceiros sociais, para depois submeter ao conselho de ministros, o pacote com medidas que visam emagrecer o funcionamento das estruturas do estado.