O arcebispo Desmond Tutu está a celebrar o seu octogésimo aniversário com uma série de enventos que se iniciaram hoje e que já se notaiblizaram por críticas ao governo do ANC.
Desejos de "feliz aniversário e muitos anos de vida" estão a chegar vindos de toda a África do Sul e do mundo .
As estações de rádio e os media sociais foram inundados com mensagens de apoio e de afecto.
Os 80 anos de vida estão a ser celebrados durante três dias que culminam no Sábado com o discurso de abertura da Conferencia Anual desmon d Tutu da Paz Internacional.
Mas as celebrações ficaram marcadas pela recusa do governo sul africano em conceder um visto de entrada ao líder espiritual do Tibet, o Dalai Lama, tambem ele vencedor do Premio Nobel da Paz e que havia sido convidado por Tutu
O Dalai Lama deveria efectuar o discurso mas teve que cancelar a sua viagem pois o governo sul africano não respondeu a um pedido de visto o que foi interpretado como uma rejeição.
O Dalai Lama numa mensagem por vídeo descreveu Tutu como uma personalidade única, uma figura rara no planeta que traz consigo a esperança.
O vice presidnete Kgalema Motlanthe disse que o governo iria dar o visto de entrada ao Dalai Lama mas mais tarde o seu escritório disse que não é o vice presidente que toma decisões sobre a emissão de vistos.
No início da semana Tutu fez uma condenação pública do presidente Jacob Zuma descrevendo a actuação do governo nesta questã como uma vergonha.
"Senhor Zuma: você e o seu governo não me representam. Você representa os seus próprio interesse. Estou a avisa-lo e estou avisa-lo por amor. Estou a avisa-lo como avise o partido nacional que um dia vamos começar a orar pela derrota do governo do ANC," disse Tutu
Zuma não participou em nenhum dos eventos para assinalar o aniversário de Tutut mas emitiu uma declaração congratulando o arcebispo e acrescentando que "nós respeitamo-lo, amamo-lo e saudamos sempre o seu conselho sobre diversas questões".
Tutu iniciou a sua vida como professor e tornou- se padre aos 30 anos. Tornou-se num crescente crítico do governo de minoria da África do Sul na sequencia do levantamento estudantil do Soweto em 1976. Como consequência foi perseguido pela policia e o seu passaporte foi cancelado.
Mas isso não o silenciou e em 1984 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz.
Tutu disse aos seus convidados esta semana na Cidade do Cabo que durante essa época não actuou sózinho e que sempre contou com apoio dos seus co-cidadãos e da comunidade internacional.
Depois do fim do apartheid o então presidente Nelson Mandela pediu-lhe para liderar a Comissão da Verdade e Reconciliação estabelecida para lidar com a questão da violação dos direitos humanos durante a época do apartheid.
Conhecido na África do Sul por Arch, diminutivo da palavra arcebispo em inglês (archbishop), Tutu tem continuado sempre a criticar o que vê como falhanços do governo do Congresso Nacional Africanos.
É isso que faz com que continue a ser um espinho naqueles que estão no poder e que o torna popular entre os sul-africanos em geral.
Recusa de entrada do Dalai Lama provoca críticas do Prémio Nobel