O governo Lula encerra a gestão de oito anos com níveis recordes de redução do desemprego, mas a desigualdade no acesso ao trabalho e aos salários no Brasil ainda é marcante e desafia o próximo governante. Especialistas da área avaliam que os afrodescendentes, as mulheres, trabalhadores com mais de 40 anos e, por outro lado, os jovens demais ainda encontram muitos obstáculos para a colocação no mercado.
Os últimos dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que, em Agosto, foram gerados no Brasil quase 300 mil novos empregos com carteira assinada, superando em 23,7% o recorde anterior. No ano, o país está perto de conquistar a marca de 2 milhões de novos postos formais de trabalho, melhor desempenho da história. Quase todas as capitais brasileiras atingiram a menor taxa de desemprego dos últimos 20 anos.
No entanto, paralelamente ao aumento de postos de trabalho em todos os setores e regiões do Brasil, observou-se aumento da desigualdade, principalmente a relacionada a gênero e raça. A taxa de desemprego entre os negros, por exemplo, é de quase 10% enquanto entre os brancos é de pouco mais de 6%. A análise é do economista Mário Rodarte, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).