Maputo Regressa Lentamente à Normalidade

Os sons a que Maputo já nos habituou. Já não há tiros, acabaram-se os gritos de violência, as escaramuças, os pneus a arder. A vida parece ter retomado o seu curso normal.
Há, até, quem já sorria. Para uns está tudo calmo, mas, para outros, ainda não há motivos para dar pulos de alegria.
O que aconteceu na semana passada, em Maputo e na cidade da Matola, não pode ser esquecido de uma hora para outra.
Alguns ainda andam com receio e, talvez por causa disso, muitos transportadores privados terão preferido não colocar as suas viaturas na estrada.
É verdade que a transportadora pública, TPM, fez sair à rua toda a frota de autocarros que tem disponível, mas sentiu-se que faltaram chapas. Chapas. Este é o nome mais vulgar e pelo qual os transportes privados são conhecidos em Moçambique.
Adelaide Mujovote, que reside num dos bairros dos arredores de Maputo, diz que teve muita dificuldade em vir à cidade.
Faltou transporte e as escolas também não estiveram a funcionar a cem por cento. Foi o caso, por exemplo, da Escola Primária de Lhanguene Piloto, localizada na periferia da capital moçambicana, e onde o grosso dos professores esteve ausente, neste primeiro dia de aulas, depois dos tumultos dos dias 1 e 2 de Setembro, tempo durante o qual os estabelecimentos escolares estiveram encerrados. Muitas ausências de alunos e professores, uma situação que se viveu em muitas escolas de Maputo.
Mais público verificou-se, sim, na FACIM.
A Feira Internacional de Maputo devia encerrar as portas no domingo, dia 5 de Setembro, mas, por causa das convulsões sociais da semana passada, os organizadores da FACIM acharam por bem alargar o prazo.
Assim, a Feira, que é considerada a principal montra de produtos, marcas e serviços que o país oferece, somente fecha as portas nesta quarta-feira.