A comunidade Islâmica da província de Nampula está a preparar um
movimento que ira integrar teólogos de todo o país para pressionar ao
ministro da Educação, Zeferino Martins a pedir desculpas aos
muçulmanos pelos seus pronunciamentos em volta da proibição do uso da
burca e véu islâmico nas escolas públicas do país.
Os muçulmanos entendem que foi devido as declarações, consideradas
oficiosas do ministro da educação que em quase todo o pais, as escolas
começassem a proibir estudantes muçulmanas a usar o véu e ou burca nas
escolas públicas, depois do primeiro caso ter sido registado na
província de Cabo Delgado, ainda este ano.
Da mesma forma que ele usou a imprensa para ofender a comunidade
muçulmana, devera fazer o mesmo para nos pedir desculpas - disse o
Sheik Abdullatifo Daúdo Mussagi- Porta-voz da comunidade Islâmica de
Nampula em conversa explosiva com Voz da América.
Na semana passada oito estudantes foram proibidas de assistir aulas na
Escola Secundaria de Nampula, porque alegadamente se fizeram presente
na sala de aulas com o véu islâmico. A questão criou uma revolta no
seio da comunidade, mas agora uma circular foi distribuída para todos
escolas da província autorizando as alunas muçulmanas a assistirem
aulas de véu islâmico só no período de Ramadan em curso.
Só que a comunidade islâmica não aceita isso. Ela quer que a prática
seja para sempre, porque segundo o sheik Abdullatifo, o véu veio para
ser usado todos dias e não somente no período de Ramadan.
A comunidade islâmica em Nampula aponta a direcção da escola
secundária de Nampula como sendo fomentadora da proibição do uso de
véu islâmico. De acordo com o sheik, a mesma direcção esteve a
trabalhar na Escola Secundaria de Namicopo, um bairro que ficou
popularizado por aglomerar uma população, maioritariamente constituída
por muçulmanos.
Conta o nosso entrevistado que essa direcção começou ali a expulsar
estudantes e já quando foi mudada para a Escola Secundária de Nampula,
o cenário terá conhecido proporções alarmantes para os muculmanos.
Até agora a comunidade islâmica tem em seu poder pelo menos 99 casos
de impedimento de estudantes de frequentar aulas nas escolas publica
desde Janeiro do presente ano, das quais registadas com frequência nas
escolas secundaria de Nampula e Namicopo.
Moçambique é um país laico e não tem nenhum instrumento legal que
proibe o uso da burca e ou véu islâmico nas instituições publicas,
incluindo escolas, onde o cenário acontece quase todos os dias.