O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, responsabiliza o seu adversário interno, Abel Chivukuvuku, pela crise no interior do partido.
Discursando na abertura de uma reunuião extraordinária da Comissão Permanente da UNITA, Samakuva afirmou que "a verdadeira questão de fundo, é o desejo do companheiro Abel Chivukuvuku, que chefia o referido grupo de reflexão, ser presidente da República de Angola, o que, à luz da nova Constituição da República, passa por ter de encabeçar a lista de candidatos da UNITA à Assembleia Nacional."
Samakuva disse que a Comissão Permanente teria pois, que "analisar a situação criada por este grupo de reflexão e as suas consequências para o Partido."
Na véspera, um grupo de notáveis históricos da UNITA, que incluem Samuel Chiwale, Paulo Lukamba Gato e o próprio Chivukuvuvu, exigiram uma solução imediata para a crise de sucessão do partido.
Os representantes mais visíveis do chamado Grupo de Reflexão, apontaram à actual direcção não terem sido accionados os mecanismos de regularização da chefia do partido antes que, no dia 22 de Julho, expirasse o mandato do actual residente - nomeadamente a convocação de um Congresso para apresentação de candidaturas à liderança.
Mas Samakuva rejeita essas acusações, sustentando-se no hist+orico quie descreveu á Comissão Permanente:
Segundo ele, a "III Reunião Ordinária da Comissão Politica deliberou, por uma maioria absoluta, a necessidade de se realizar o XI Congresso quando as condições para o efeito fossem criadas."
"Não obstante esta decisão, em Maio passado voltei a submeter à consideração da X reunião ordinária do Comité Permanente, a importância de voltarmos a debater a necessidade de realizarmos o congresso antes do fim deste ano, em virtude dos desenvolvimentos que o país e o mundo tinham registado nos últimos meses."
"Esta sugestão foi acolhida por unanimidade por este órgão do partido, que recomendou que este assunto fosse agendado para IV reunião comissão política prevista para o mês de Setembro, o mais tardar."
O presidente da UNITA concluiu que o Grupo de Reflexão é uma estrutura de oposição interna cuja "existência e actividades (...) viola o número 14 do artigo 7° dos Estatutos do nosso Partido".