Habitantes preocupados com falta de projectos sociais
Na província moçambicana de Nampula estão em perspectiva vários projectos de investimento mas muitos habitantes continuam preocupados com a falta de programas de desenvolvimento social.
Essas preocupações foram transmitidas ao presidente moçambicano, Armando Guebuza durante a sua visita à província.
Entre esses projectos destaque para a produção de fertilizantes em Monapo, exploração e processamento das áreas pesadas em Angoche para além da reabilitação da linha férrea ligando Malawi-Cuamba-Nacala para permitir o escoamento do carvão extraído em Moatize, província de Tete.
Ao nível do país, nos próximos três anos, segundo projecções do Centro de Promoção de Investimentos, deverão ser aprovados acima de 1400 novos projectos privados, estimados em 22 mil milhões de dólares, na sua maior parte nas províncias de Nampula, Tete, Maputo, Zambézia e cidade de Maputo.Deverão igualmente ser criadas 34 mil postos de trabalho.
Mas apesar disso, as reclamações dos cidadãos ainda persistem, alegadamente porque os projectos não honram os programas de responsabilidade social que foram prometidos.
Na sua recente visita à província de Nampula, o presidente Armando Guebuza que foi confrontado com as diversas preocupações relacionados com a falta de oportunidades resultante do investimento nacional e estrangeiro em Nampula.
Na ocasião Guebuza apelou à população para não esperar pelos resultados dos investimentos a curto prazo, por considerar que os projectos ainda se encontram na fase de liquidação das suas dívidas.
“Um projecto é um projecto. Um projecto não é dinheiro a tirar. É uma forma de poder transformar esse investimento, esse capital em riquezas”, disse Guebuza.
O jurista e coordenador da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Democracia, uma organização que trabalha na questão de educação cívica e de cidadania em Nampula, Arlindo Muririua, diz que algo está a mudar no país com os megaprojectos que estão a surgir.
“Os benefícios dos investimentos não são para serem distribuídos por cada um dos moçambicanos, mas sim, para o bem comum. Cabe ao estado distribuir através da construção de escolas, estradas, hospitais e outros empreendimentos sociais.”
Moririua disse ainda que “a sociedade moçambicana deve ser madura e saber que o desenvolvimento não é coisa que acontece num dia, mas sim, de forma gradual”.