Uma nova sondagem da opinião pública internacional indica que a SIDA é a principal preocupação de saúde no mundo. Foram inquiridos cerca de 12 mil adultos. A sondagem, a primeira do género sobre o HIV, foi levada a cabo pela ONU-SIDA e a Zogby International, em antecipação de conferência internacional sobre a SIDA que começa na próxima semana em Viena.
Após trinta anos de epidemia, e as pessoas colocam a SIDA no topo da lista dos principais problemas com que o mundo se depara.
Michel Sidibe, director-executivo do programa das Nações Unidas para a SIDA, ONU-SIDA, afirma que metade dos inquiridos acredita que se pode parar a disseminação da SIDA em 2015.
“Contudo para a metade das pessoas inquiridas a falta de financiamento é um obstáculo. Mais de 70 porcento afirma que deveriam ser dados recursos a programas de prevenção da SIDA. O que destaca a necessidade de ser por cobro a novas infecções.”
A pandemia da SIDA parece ter estabilizado na maior parte das regiões, apesar de se continuarem a registar elevadas taxas de infecção na Europa de Leste e na Ásia Central. Responsáveis da ONUSIDA dizem que 57 porcento das infecções, nestas duas zonas do mundo, se deve ao uso de drogas injectáveis.
A África subsariana continua a ser a região mais afectada, representando cerca de 71 por cento de todas as novas infecções de HIV.
Sidibe afirma que a resposta mundial à SIDA está a mostrar os seus resultados. Mas que a epidemia continua a ser problema grave.
“Estimámos que em 2008, existiam 33,4 milhões de pessoas seropositivas em todo o mundo e que dois milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a SIDA.”
A sondagem à opinião publica da ONUSIDA/ZOGBY mostra que uma em cada três pessoas considera que os conhecimentos adquiridos sobre a SIDA como o maior êxito obtido até ao momento. Ao que se segue a implementação de programas de prevenção e desenvolvimento de novos medicamentos anti-retrovirais.
Mais de metade dos participastes do estudo considera a não existência de serviços de prevenção como o maior obstáculo. Estigma e discriminação são outras barreiras mencionadas.
Outra conclusão interessante do inquérito indica que a prevalência do vírus da SIDA entre a população jovem está a diminuir em países importantes, especialmente na África subsariana.
Para Sibide os resultados mostram a existência de 25 por cento da redução nas infecções de HIV entre os jovens nos 15 países mais afectados. Entre eles o Botswana, Etiópia, Quénia, Malawi, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.
“Estes bons resultados derivam do facto dos jovens estarem a adoptar comportamentos seguros, dos jovens estarem a ter relações sexuais mais tarde, a terem menos parceiros e a usarem preservativos.”
Actualmente, cinco milhões de pessoas seropositivas recebem tratamento anti-retroviral. Mas existem 10 milhões doutras que precisam deste tratamento.
A ONUSIDA afirma que uma pílula melhorada e mais barata e mais fácil de tomar poderia salvar vidas e evitar cerca de um milhão de novas infecções.