O Conselho de Segurança da ONU votou, por unanimidade, o fim da força de pacificação no Sudão, e o reforço do Sudão do Sul.
A força de pacificação tinha sido enviada para o Sudão para fiscalizar o acordo de paz de 2005, que pôs termo à guerra civil norte-sul.
Com a criação, no passado sábado, do Sudão do Sul como estado independente, o Sudão solicitou a retirada do contingente de paz de mais de dez mil homens. A resolução do Conselho de Segurança formalmente retira aquela força.
A data limite para a retirada do contingente está marcada para o dia 31 de Agosto, altura em que o pessoal, o equipamento, os abastecimentos e outros bens são enviados para a força de pacificação instituída a semana passada para o Sul do Sudão, e para a unidade de paz na disputada área de fronteira de Abyei.
O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon tentou persuadir o governo sudanês a aceitar a continuação da força de paz para que fosse possível lidar com as questões ainda pendentes.
Após a decisão do Conselho de Segurança de ontem, a representante norte americana junto da ONU Susan Rice sublinhou que os Estados Unidos lamentam profundamente a necessidade de votar uma resolução pondo fim ao mandato da força de pacificação no Sudão.
Rice apelou ao Sudão para reconsiderar o pedido, frisando que a missão continua a ter um papel crítico a desempenhar na estabilidade regional.
Rice afirmou que os Estados Unidos e outros membros do Conselho desejam que as Nações Unidas permaneçam, nesta conjuntura crítica, nas duas áreas.
A representante norte americana sublinhou ainda que o Conselho deixou claro estar preparado para autorizar o prosseguimento das operações da ONU no Kordofan do Sul e no Nilo Azul.
O representante britânico, Mark Grant, expressou o pesar do apoio à resolução que pôs termo ao mandato de pacificação para o Sudão.
“Reiteramos a prontidão deste Conselho, como foi expresso na resolução adoptada de prosseguir as actuais operações nos estados do Kordofan do Sul e do Nilo Azul, e em apoiar as partes na aplicação dos novos pressupostos que sejam adoptados”.
O representante da França Gerard Araud afirmou que o seu país lamenta que a retirada do contingente de paz ocorra na altura em que ainda não foi assinado um cessar-fogo para o Kordofan do Sul, onde a população civil continua a sofrer com os combates.