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Brasil: Queda de dois ministros mancha Dilma Rousseff


Crise poderá servir para Rousseff modificar a herança governamental de Lula
Crise poderá servir para Rousseff modificar a herança governamental de Lula

Crise poderá servir para Rousseff começar a nomear as suas próprias escolhas para o governo

A queda de dois ministros da equipe da presidente brasileira Dilma Rousseff, em seis meses de governo, abre uma crise no Brasil e levanta dúvidas sobre o futuro da gestão da presidente do Partido dos Trabalhadores.

Parlamentares da oposição querem invesitgações rigorosas das acusações de corrupção que provocaram as saídas dos ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, na quarta-feira , e da Casa Civil, Antônio Palocci, em Junho.

Para o cientista político Oswaldo Dehon, a imagem do governo da presidente Dilma Rousseff fica afectada com os episódios, mas é a reação da governante diante dos escândalos é que irá determinar o quanto eles serão prejudiciais.

“Em Repúblicas, as saídas de ministros são comuns, especialmente de um ministério tão grande como o que a Dilma possui,” lembra o analista.

“A capacidade de tratar as crises é que vai determinar se ela terá uma diminuição dos índices de popularidade ou não. Nesse episódio, especialmente, do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ela teve uma rapidez muito grande,” afirma Odehon.

Apesar de muitos analistas brasileiros avaliarem que a resposta da presidente aos escândalos de corrupção poderia ser mais imediata, outro cientista político, Leonardo Spencer, afirma que a celeridade tem contado a favor da presidente brasileira.

“Num primeiro momento um governo que se diz comprometido com a ética é manchado por esse tipo de evento. Entretanto, especificamente, nesse episódio do ministério do Transporte como a resposta foi rápida, houve uma substituição praticamente imediata de toda a cúpula do ministério, a presidente reafirmou o compromisso de pautar o governo pela ética,” disse Spencer.

Para Spencer, os saídas dos ministros, apesar de tumultuosas, podem estar de alguma forma até ajudando a presidente a ter um governo mais próprio.

“O governo Dilma Rousseff nasceu com compromissos assumidos pelo governo anterior. Então, aos poucos, com crises maiores e maiores, a presidente deixará a sua marca e escolherá, de facto, a sua equipe,” aposta.

“Vamos lembrar que a maior parte dos ministros que tomou posse com a Dilma era do governo Lula. Arranjos políticos foram feitos à época da eleição 2010 para garantir a eleição da presidente. A tendência, nesse primeiro ano de governo, é que muitas mudanças aconteçam evidenciando essa tomada de governo pela presidente,” acrescentou.

Para Leonardo Spencer, nesses tempos de crise a exoneração do ministro Pallocci, por exemplo, ajudou a reforçar a marca pessoal do governo Dilma.

“O grande fiador junto ao empresariado da presidente era o Antônio Palloci, quase que um preposto do Lula no governo Dilma Rousseff. Quando ela exonerou o ministro e não vamos acreditar que houve pedido de demissão, reafirma a sua marca colocando pessoas da sua preferência. Para mim, foi o dia em que a presidente Dilma, verdadeiramente, tomou posse,” disse o analista.

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