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Nigéria: Boko Haram reivindica autoria de ataque contra um funeral


O grupo exige que os Cristãos se convertam ao Islão

Os dirigentes Fulani desmentem terem orquestrado os ataques

O grupo islâmico conhecido por Boko Haram reivindicou a responsabilidade pelo ataque de domingo contra um funeral que matou várias pessoas – incluindo dois conhecidos políticos.

Através de mensagens de correio electrónico para jornalistas, o grupo exige agora que os Cristãos se convertam ao Islão e desmentiu as notícias governamentais de estarem a decorrer conversações de paz.

Muitas áreas do Estado Nigeriano do Planalto encontram-se encerradas devido à onda de violência do fim-de-semana. O adjunto do Superintende da Policia Abuh Emmanuel indicou que quatro governos locais observam recolher obrigatório, deixando a população com apenas seis horas para poder sair de casa.

Emmanuel responsabiliza os pastores Fulani – que são na maioria muçulmanos – pelos assaltos a aldeias e mais tarde o ataque contra o funeral das vítimas dos anteriores ataques.

As vítimas foram na sua maioria agricultores Cristãos Berom e os dois grupos têm se contestado durante sobre a posse de recursos naturais.

Os dirigentes Fulani desmentem terem orquestrado os ataques classificando as acusações de propaganda.

Entretanto, quando uma calma tensa regressava à região a seita Islâmica Boko Haram reivindicava responsabilidade pelo ataque contra o funeral, sublinhando que os Cristãos têm de se converter ou não irão voltar a conhecer a paz.

Abubakar Umar Kari, um professor da Universidade de Abuja, indica que o envolvimento do Boko Haram foi uma surpresa por que o grupo opera normalmente muito mais para norte.

“O Boko Haram tem um grande alcance. Tem demonstrado ser capaz de realizar ataques devastadores, parecendo não ter limites”.

Embora o número de vítimas da violência do fim-de-semana varie, pelo menos 58 pessoas foram mortas nos ataques de Sábado, e pelo menos 22 outras foram mortas no decurso dos funerais realizados no domingo, incluindo dois políticos estaduais.

A Human Rights Watch considera que a violência do Boko Haram pode intensificar os confrontos étnicos devido os laços económicos e étnicos coincidem igualmente com a divisão religiosa.

O Boko Harm comunica com o público através de linhas telefónicas bloqueadas ou mensagens de correio electrónico não assinadas.

Numa mensagem electrónica o grupo indicava ser uma mentira completa ter iniciado conversações de paz conversações com o Conselheiro de Segurança Nacional da Nigéria.

Kari refere que o Boko Haram actua no segredo e ainda mesmo que alguém estivesse envolvido no diálogo, a Boko Haram desmentiria publicamente o facto.

“Eles não querem qualquer tipo de publicidade associada a um encontro entre eles e o governo federal. Porque não seria uma surpresa ainda mesmo que fosse, que eles o desmentiriam”.

A Nigéria divide-se entre um Norte essencialmente Muçulmano e um Sul predominantemente Cristão. O aumento da violência nas regiões centrais levaram algumas cidades como Jos, a capital do estado do Planalto, a dividirem-se com os Muçulmanos e os Cristãos a indicar que não podem viver juntos.

A Human Rights Watch indicou que mais de 4 mil pessoas foram mortas devido à violência sectária nos últimos 11 anos no estado no Planalto.

O Boko Haram iniciou as operações violentas em 2009, e desde então tem sido responsabilizado por mais de mil mortos incluindo em ataques contra as forças de segurança, edifícios governamentais, igrejas, escolas, jornais, e a própria sede das Nações Unidas na capital nigeriana, a cidade de Abuja.

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