Estudantes terminam viagem atribulada
Chegou ao fim a atribulada aventura de 5 dos 45 estudantes moçambicanos aliciados para fazerem cursos de licenciatura na Universidade Internacional de África no Sudão.
Depois de uma aventura que parecia a concretização do seu sonho de se formarem numa universidade estrangeira a realidade foi a mais cruel possível e ao invés de um diploma voltaram a casa com um carimbo de expulsão rotulado nos seus passaportes.
Foi este o destino de Magaia João Albino, Yussufo Fábula, Tembo Luís e Adamo, que depois de um pesadelo vivido no Sudão, chegaram quinta-feira a Maputo, pondo fim a cerca de dois meses de incertezas e angústias, a quilómetros de distância da terra natal e família.
À sua chegada a Maputo, os cinco contaram as suas angústias, sobretudo, o que chamaram de falta de solidariedade do governo moçambicano que, segundo eles, se recusou a prestar assistência mesmo depois do pedido de apoio lançado pelos estudantes.
Em declarações à imprensa os estudantes denunciaram o que parece ser um claro caso de tráfico de estudantes recrutados em mesquitas do país para fins ocultos nas universidades islâmicas.
Expulsos do Sudão, os estudantes chegaram a Maputo de onde deverão partir para as respectivas zonas de origem. Os estudantes foram abandonados à sua sorte no Aeroporto de Maputo, tendo sido acolhidos pelo Parlamento Juvenil, uma organização da sociedade civil, que se responsabilizou pelo seu alojamento e logística na capital moçambicana até aos regressos.
Mesmo reconhecendo que a sua ida ao Sudão foi sem conhecimento das autoridades governamentais do país, os jovens lamentaram a atitude do governo moçambicano, que, alegaram, se recusou a prestar auxílio para o seu repatriamento que só foi possível graças a solidariedade de singulares que pagaram as passagens de regresso.