O presidente interino do Mali, Dioncounda Traore foi levado de emergência para o hospital depois de ter sido atacado por manifestantes quando entrava no palácio presidencial.
Desconhece-se se os seus ferimentos são graves.
Os manifestantes protestavam contra um acordo pelo qual Traore poderá ficar no poder após terminar na Terça feira o limite constitucional para a sua presidência interina.
Esse acordo foi alcançado entre os militares que recentemente derrubaram o governo do país e a Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental, CEDAO.
O impasse político no Mali parecia ter sido resolvido com o anúncio feito pela Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental, CEDAO que os líderes do recente golpe de estado concordaram com a extensão do mandato do presidente civil até á realização de eleições.
Os soldados que derrubaram o líder eleito do Mali a 22 de Março concordaram em que o presidente interino Diouncounda Traore vai permanecer no poder para liderar a transição para um governo civil e para organizar eleições.
O anúncio parece pôr fim a semanas de disputas entre os dirigentes do golpe e mediadores da CEDAO que têm pressionado para um regresso a um governo civil.
O negociador chefe da CEDAO, o ministro dos negócios estrangeiros do Burkina Fasso, Djibril Bassoule, disse a jornalistas que o governo militar concordou nos termos apresentados pela CEDAO para a a transição.
Bassole disse que os mediadores vão permanecer em Bamako o tempo que for preciso para se decidir nos pormenores para se assegurar que as instituições do país serão estabilizadas e que todas as medidas serão adoptadas para que a transição possa decorrer sem problemas.
Não foi dado um calendário para a transição mas a CEDAO disse anteriormente que o governo interino vai permanecer no poder por um ano para organizar eleições.
Como presidente da assembleia nacional Diouconda Traore assumiu o posto de presidente interino a 12 de Abril depois dos militares terem assinado o primeiro acordo com a CEDAO.
O seu mandato inicial de 40 dias , como previsto pela constituição, deveria terminar na Terça feira.
O dirigente do governo o capitão Amadou Sanogo tinha proposto a realização de uma convenção nacional para escolher um novo líder para a transição, um plano que foi criticado como uma tentativa para se manter os militares no poder.
A CEDAO respondeu ameaçando reimpor sanções sobre os dirigentes governamentais se estes tentassem bloquear o regresso a um governo civil.
Sanogo não falou durante o anúncio da CEDAO sobre o novo acordo mas mais tarde falou á nação através da televisão estatal
Sanogo disse que tinha sido alcançado um acordo de princípio acrescentando que vàrias medidas terão que ser aplicadas e que o governo militar permanecerá em Bamako durante o tempo necessário para assegurar que as instituições do estado serão estabilizadas.
O país está actualmente dividido em dois com o norte nas mãos de rebeldes e militantes islamitas. No caso que se seguiu ao golpe de estado em final de Março, grupos armados avançaram rapidamente em direcção ao sul.
O Movimento Nacional de Libertação da Azawad declarou o território como um estado independente a 5 de Abril enquanto o grupo islamita Ansar Dine rejeitou a proclamação da independência e começou por seu turno a impor a sua versão da lei Sharia nas cidades do norte.
Entidades da CEDAO afirmam que a crise ameaça a estabilidade de toda a região. Essas fontes dizem que a organização está a preparar 3.000 soldados para serem enviados par ao Mali se isso for pedido pelo governo de transição. Analistas dizem contudo que essa missão estará provavelmente mais centrada em garantir o regresso a um governo civil l na capital do Mali e não em reestabelecer o controlo sobre o norte do país.