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Zimbabué "não tem dinheiro para eleições", diz ministro das Finanças


Para Tendai Biti o problema resulta de as firmas diamantíferas não pagarem o que devem.

O ministro das Finanças do Zimbabué afirmou que não vão realizar-se este ano eleições visto que o país não tem dinheiro suficiente para financiar o escrutínio.

Segundo Tendai Biti, o problema deriva do facto de as firmas diamantíferas não pagarem ao governo de Harare aquilo que lhe devem.

O ministro das finanças zimbabueano afirmou numa conferência de imprensa que é essencial que as pedras preciosas do país ajudem o país a ultrapassar os seus actuais problemas económicos.

Devido ao facto de os rendimentos dos diamantes não estarem a dar entrada no tesouro zimbabueano, Biti declarou que não haverá eleições este ano: “ Nem sequer podemos pagar ordenados, quanto mais pagar as eleições. Aqui no ministério das fianças não temos pura e simplesmente dinheiro para eleições. Se alguém nos der o dinheiro, então talvez”.

Esta tomada de posição segue-se às declarações do presidente Robert Mugabe de que se realizariam este ano eleições pondo termo ao governo de partilha do poder com o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai constituído em 2009.

De acordo com a constituição do Zimbabué devem ser realizadas eleições em Junho do ano que vem.

Líderes regionais da SADC pretendem que o escrutínio seja realizado no âmbito de uma nova constituição.

Contudo o presidente Mugabe afirmou repetidamente que não estava preocupado com as opiniões dos outros líderes da região: “ Este ano temos que ter eleições. Devem realizar-se com ou sem uma nova constituição. A SADC não pode dizer-nos para continuarmos a com um exercício em futilidade”.
O exercício em futilidade a que Mugabe se refere, é a redacção de uma nova constituição que ficou paralisada em consequência dos desacordos entre o partido ZANU-PF do presidente e o partido MDC de Tsvangirai. A falta de fundos prejudicou igualmente o processo.

A falta de dinheiro deve-se em parte à alegada corrupção nos campos diamantíferos de Marange.

O exército pró-ZANU assumiu o controlo dos campos em 2009 e durante algum tempo o Zimbabué foi proibido de vender os diamantes no estrangeiro.

O grupo internacional de supervisão mineira, Kimberley Process, citou na altura casos de violência e de contrabando de diamantes.

As sanções já foram levantadas, mas segundo Biti o rendimento dos diamantes continua a não dar entrada nos cofres do estado zimbabueano.

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