O tráfico de seres humanos existe e é preocupante, na região Austral africana.
Margarida Guitunga é Secretária Executiva da SANTAC. A SANTAC é uma rede de organizações que lutam contra o tráfico de seres humanos, na África Austral.
Juntamente com o governo moçambicano e outras organizações da sociedade civil, acaba de lançar formalmente uma campanha nacional contra o tráfico de pessoas.
Intitulada “Basopa Moçambique”, em português, “Cuidado Moçambique”, a campanha visa prevenir e combater o fenómeno, particularmente nesta altura em que a África do Sul, considerado principal país de destino das pessoas traficadas na região, irá acolher o Campeonato Mundial de Futebol.
“Basopa! Sem saber que estava a ser enganada, foi e nunca mais voltou! Denuncie o tráico de pessoas através das autoridades locais ou ligando para o 116”. Estas palavras podem ser lidas em cartazes que já estão a ser distribuidos e que serão colocados em todo o país.
Segundo Margarida Guitunga, o 116 é um número que já está a funcionar e para o qual as pessoas poderão ligar, se tiverem qualquer preocupação relacionada com este assunto do tráfico.
E, nesta segunda-feira, no rol das acções inseridas na campanha, teve início em Maputo a capacitação de quadros governamentais.
Representantes de diversos Ministérios e de municípios estão a obter, de especialistas, informações, ferramentas, habilidades que lhes permitirão replicar e reforçar a capacidade de prevenção e resposta ao problema de tráfico de seres humanos, em especial de mulheres e crianças.
Uma formação que, como explicou a Secretária Executiva da SANTAC, nesta entrevista à Voz da América, tem como base a legislação sobre a matéria, já aprovada pelo parlamento moçambicano, e será extensiva a todas as regiões do país, com particular incidência naquelas tidas como sendo as mais propensas à ocorrência de casos de tráfico.
A campanha nacional contra o tráfico de seres humanos conta com o apoio da Terre des Homme, da Alemanha, e das Embaixadas do Reino dos Países Baixos e da Noruega.
Prevenção e resposta ao tráfico de seres humanos, em especial de mulheres e crianças