Na Costa do Marfim, o novo governo do presidente Alassane Ouattara está a recrutar mais forças de segurança como forma de garantir a estabilidade em Abidjan depois de 4 meses de violência política.
Pouco a pouco a vida parece estar de volta a normalidade, após a captura do presidente cessante Laurent Gbagbo há menos de uma semana.
No braço de ferro entre Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara, grupos de jovens também se alistaram nas Forças Republicanas da Costa do Marfim leais ao presidente eleito para combaterem ao exército aliado ao então poder.
Agora, alguns desses milicianos têm a oportunidade de se juntarem formalmente as forças do governo através do exército ou da polícia.
Yaya Cissé é um instrutor militar das Forças Republicanas da Costa do Marfim e diz que existem civis que serão treinados para ingressarem nas fileiras do exército, e os que quiserem ser polícias têm igualmente esta oportunidade. Outros que quiserem partir, podem faze-lo sem problemas, concluiu o instrutor militar.
Reorganizar os serviços de segurança na Costa do Marfim faz parte de uma grande tarefa de restauração da ordem pública em Abidjan onde o presidente Ouattara pretende retomar imediatamente as exportações do cacau, a reabertura dos bancos e da refinaria do petróleo de forma que a vida ganhe novamente o ritmo.
O presidente Ouattara afirma que com o fim da crise pós-eleitoral, os costa-marfinenses devem engajar-se em dois grandes projectos: a reconciliação e a reconstrução. Adianta o presidente que esses projectos podem levar vários meses para restaurar a segurança por todo o país, mas que é possível se todos adoptarem o espírito de democracia e de paz.
O presidente cessante Laurent Gbagbo recentemente capturado pelas forças pró-Ouattara foi transferido para uma prisão domiciliária num chalé presidencial ao norte do país. O representante especial das Nações Unidas na Costa do Marfim, Young-jin Choi diz que Gbagbo está sob protecção das forças de Ouattara e dos capacetes azuis da ONU.
“Nós continuaremos a assegurar a sua protecção. Onde for que ele vá no interior da Costa do Marfim, haverá tropas da ONUCI para o proteger. Faremos o necessário para que seja tratado com dignidade.”
O representante especial das Nações Unidas disse que cabe ao governo de Ouattara mover ou não acções judiciais contra Laurent Gbagbo. O presidente Ouattara diz por sua vez que Gbagbo deverá responder nacional e internacionalmente por crimes cometidos contra os costa-marfinenses.
A filha do antigo presidente já abriu uma conta bancária em França para financiar os custos com os advogados que irão defender Laurent Gbagbo, quem considera ter sido preso ilegalmente por rebeldes do presidente eleito Alassane Ouattara.