O relatório da ONU sobre o VIH SIDA em 2010 dá conta que durante os 30 anos de luta contra a doença somam-se cerca de 36 milhões mortes e mais de 60 milhões de pessoas infectadas em todo mundo.
Neste documento que analisa o nível de cumprimento da Declaração de Dakar sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e o compromisso em relação a declaração sobre o VIH/SIDA, a África Subsariana continua sendo a mais afectada com 68 porcento de todas as pessoas vivendo com a pandemia e 69 de todas as novas infecções e 72 porcento das mortes causadas pela SIDA:
Dados de 2010 apresentam um crescimento no capítulo da assistência medicamentosa, mas a grande preocupação prende-se com o facto de no período em referência o índice de novas infecções ter triplicado e em finais de 2009, 10 milhões de pessoas não tiveram acesso aos tratamentos com antiretrovirais.
Em Angola, de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida das mais de 450 mil pessoas testadas em 2010, 2,8 porcento foram diagnosticados VIH positivo, o que demonstra uma estabilidade a nível de seroprevalência, segundo a Directora do Instituto Nacional de Luta Contra SIDA Dulcelina Serrano.
O relatório do Instituto Nacional de Luta Contra Sida demonstra que em relação ao tratamento com antiretrovirais houve um aumento significativo de oferta.
O documento sobre a situação do VIH SIDA em Angola sublinha a transmissão vertical como uma das maiores preocupações, porquanto ainda existem casos de mulheres grávidas conscientes de sua situação serológica, mas que simplesmente ignoram;
A vice-ministra da Saúde, Evelize Frestas, reafirma o engajamento do executivo angolano na luta contra a pandemia.
Mas o trabalho do executivo em relação a doença não é restrito ao Ministério da Saúde, por esta razão a ministra da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino, disse que o seu pelouro está em colaboração com as outras instituições a desenvolver um trabalho profundo junto das famílias e funcionários.
Mas a Rede Angolana das Organizações de Luta Contra SIDA não está satisfeita com os dados sobre a pandemia em Angola. António Coelho, Secretário Executivo da ANASO, critica o facto de se estar a “medicalizar” a luta contra a doença. Isto que configura, no seu entender, um olhar mais atento do Estado angolano apenas ao tratamento, em vez da prevenção, o que resulta em situações cada vez mais graves.
O relatório da Organização das Nações Unidas anuncia aumento de casos da doença, quando o governo angolano revela uma estabilidade de seroprevalência no país, dados contrariados pela rede angolana das organizações de luta contra sida.