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Roque fechado, Panguila deserto


Roque fechado, Panguila deserto
Roque fechado, Panguila deserto

Oito meses passados, o governo angolano admite erros de cálculo ao transferir o mercado Roque Santeiro

Oito meses depois, de encerrar o lendário mercado Roque Santeiro, o governo angolano o governo angolano admite erros de cálculo ao transferir o mercado do Sambizanga para o Cacuaco. Enquanto isto, vendedores reclamam a falta de clientes e as dificuldades de acesso ao actual mercado do Panguila.

A Ministra angolana do Comércio fala em sobreavaliação da dimensão do mercado Municipal do Panguila, local onde foram transferidos os vendedores do Roque Santeiro. Idalina Valente admite ter havido falha no processo e diz que muitos factores inerentes ao mercado não foram considerados.

Entretanto, observadores dizem que a decisão do executivo angolano foi precipitada, a julgar pela forma como o processo terá sido conduzido, colocando de parte algumas questões intrínsecas ao modelo de comércio praticado no antigo maior mercado de céu aberto do continente africano.

Eram milhares os cidadãos que faziam daquele, o seu local o de trabalho e que se viram forçados a se transferirem para o mercado Municipal do Panguila, sob alegação da necessidade de um melhor aproveitamento do espaço com cerca de 500 metros quadrados. Actualmente, o local vedado é um abrigo dos amigos do alheio.

O novo mercado, construído de raíz no Panguila, localidade que dista a cerca de 20 quilómetros a norte do centro capital, cerca de seis mil bancadas preenchem o espaço, mas menos de um terço é ocupado.

A distância e os acessos são as principais causas da fuga dos clientes e consequentemente dos comerciantes para os mercados informais. A VOA ouviu alguns vendedores descontentes.

E o docente universitário Justino Pinto de Andrade questiona a responsabilização dos danos causados à sociedade, fruto dos erros cometidos em relação a transferência do mercado Roque Santeiro ao Panguila.

O economista associa à esta questão a situação do PRESILD, Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População, criado pelo governo de Angola com o objectivo de organizar e modernizar a actividade comercial em todo o território nacional, mas que nos últimos tempos é tido como um projecto fracassado.

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