Todos os grandes líderes da luta de libertação em Angola tiveram um passado religioso algo que contém "uma certa ironia histórica", disse em Luanda o investigador Rui Llera Blanes.
Blanes fez noter que Holden Robert "foi educado nas missões Batistas", Jonas Savimbi era filho de um Pastor religioso e o próprio Agostinho Neto era filho de um Pastor Metodista.
" A ironia jaz no facto de terem sido eles e em particular os que estavam ligados ao MPLA a liderarem um projecto ateu e anti-religioso já na face da independência," acrescentou.
O investigador falava num debate organizado pela União dos Escritores Angolanos sobre “O Papel da Religião na Formação de Consciências Políticas” e acrescentou haver vários estudos que defendemque "as missões protestantes tiveram um papel fundamental nessa formação de um nacionalismo e ideal emancipatório".
O historiador concentrou a sua apresentação sobre o papel da Igreja Tocoista e o seu líder fundador, Simão Gonçalves Toco como exemplo da influencia religiosa na luta de libertação.
Enquadrada no Programa da União dos Escritores Angolanos, Maka à Quarta-Feira, o debate serviu para transmissão de conhecimentos sobre o contributo das igrejas numa tomada de posição dos africanos perante a liberdade do continente e na mudança de uma consciência pró-colonial para uma nacionalista, enraizada nas lideranças políticas de África.
O debate foi acompanhado pelo repórter Pedro Dias.
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Missões protestantes tiveram papel fundamental na criação da consciência nacionalista