A missão da ONU na Costa do Marfim apelou à moderação por parte dos dois governos rivais enquanto prossegue a violência nos subúrbios de Abidjan onde se encontra o vencedor certificado pela ONU.
A missão da ONU na Costa do Marfim está preocupada com o nível de violência dos últimos dias em Abidjan, enquanto os chefes de estado da União Africana se encontraram tanto com o presidente em exercício Laurent Gbagbo e o vencedor do sufrágio presidencial certificado pela ONU, o antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara.
Numa declaração escrita a missão da ONU condenou o uso inapropriado da força, em especial a utilização indiscriminada de armas pesadas. Apelou às partes para demonstrarem a maior ponderação política e nas iniciativas diplomáticas que estão a ser feitas ao mais alto nível, para encontrar uma solução pacífica para a crise pós eleitoral.
Cerca de uma vintena de pessoas forma mortas nos últimos dias durante actos de violência entre apoiantes de Ouattara e os militares pró Gbabgo, em dois subúrbios de Abidjan. Entre os mortos estão 10 soldados que foram mortos na terça-feira no decurso de uma emboscada.
O painel da União Africana integra os chefes de estado do Burkina Faso, do Chade, da Mauritânia, da África do Sul e da Tanzânia tem agora uma semana para decidir da decisão que seja legalmente vinculativa a todos os marfinenses.
No entanto a União Africana não possui mecanismo para fazer aplicar as suas decisões, e as duas partes no conflito têm manifestado dúvidas sobre o impacto da mediação.
O governo de Gbagbo indicou que irá aceitar a decisão da União Africana apenas se não contestar a legitimidade do conselho constitucional que considerou Gbagbo vencedor do sufrágio.
Ouattara afirma-se pessimista sobre a mediação da União Africana tendo em consideração as iniciativas anteriores, que não conseguiram convencer Gbagbo a ceder pacificamente o poder.
O primeiro ministro de Outtara sustenta que os marfinenses não devem esperar algo da União Africana e devem ao invés seguir o estilo da revolta egípcia para forçarem a saída do poder de Gbagbo.
Os apoiantes de Outtrara criticaram o presidente sul-africano Jacob Zuma após ter sugerido uma partilha do poder interina ate à realização de novas eleições.
Apoiantes de Gbagbo cercaram ao aeroporto de Abidjan antes da chegada da delegação da União Africana, levando a que o presidente Burkinabe Blaise Compaore a desistir da viagem por razoes de segurança.
Apoiantes de Gbagbo consideram que Compaore não é um negociador neutral pelo apoio de longa data prestado a Outtara.