31 Jan 2011 - As sanções foram adiadas, mas Bissau não gostou da situação. Foi anunciada para segunda-feira a imposição de sanções europeias contra figuras guineenses envolvidas no tráfico de narcóticos.
Este fim-de-semana, pouco depois de a notícia ter sido coinhecida, o Governo reuniu-se de imediato com carácter de urgência para analisar o assunto e, em comunicado, o executivo guineense manifestou a sua estranheza pela informação, segundo a qual, cinco figuras nacionais constam da lista dos indivíduos sobre os quais devem ser aplicados sanções de não atribuição de visto entrada para os países da União Europeia. Entre estes indivíduos contam-se três oficiais das Forcas Armadas e dois políticos.
O Governo, liderado por Carlos Gomes Júnior, ausente do país, qualificou a informação de uma afronta aos esforços das autoridades governamentais para o restabelecimento da credibilidade interna e externa da Guiné-Bissau e a consolidação da paz, pois, conforme ainda o comunicado do Conselho de Ministros, parecem ser, estas noticiais, de natureza a favorecer um clima de desestabilização política e social do país.
Contudo, o Governo disse reiterar a abertura total da Guiné-Bissau em direcção a todos os parceiros internacionais para analisar e discutir qualquer assunto relacionado com a vida sociopolítica e económica do país, através de canais diplomáticos seguros e fiáveis.
Quem também reagiu sobre o assunto, foi o Presidente da Republica, Malam Bacai Sanhá, afirmando que "existem pessoas que querem fazer voltar o pais para trás. Que há gente que quer ver desaparecer a Guiné-Bissau. Se existem indivíduos que estão a por em causa os princípios dos directos humanos na Guiné-Bissau ou se há pessoas que fazem do trafico de droga seu trabalho no pais há instituições próprias vocacionadas para julgar o condenar estes indivíduos".
Entretanto, a decisão ainda não foi tomada. O Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiro dos 27 reunido, segunda-feira, em Bruxelas, adiou a imposição de sanções, a pedido do ministro dos negócios Estrangeiros português, Luís Amado. Estão previstas, entretanto, "consultas" entre a UE e o governo guineense.
Antes de este adiamento ser comnhecido, o Estado-maior General das Forcas Armadas, cujo chefe é um dos alvos das sanções, advertia, num comunicado, de duas páginas, estar atento "ao maquiavelismo dos inimigos, tanto internos como externos, que sempre querem ver a Guiné-Bissau toldada na instabilidade e pobreza absoluta, de forma a poderem alimentar os seus ódios aos Combatentes da Liberdade da Pátria."
No documento, as Forças Armadas guineenses, alem de manifestarem solidariedade para os seus altos oficiais, cujos nomes foram mencionados nas informações disponíveis, afirmam concluir que a notícia foi "urdida pela imprensa nacional e estrangeira".
Refere que a notícia baseada "num mero anúncio" da União Europeia, não só é "perigosa mas também é por ser falsa e que se trata da obra de uma aliança de pessoas de na fé que não querem a estabilidade da Guiné-Bissau". E mais, o Estado-maior General das Forcas Armadas desafia no seu comunicado a União ou quaisquer outras instituições e organizações nacionais e internacionais a anunciarem os Bancos onde os altos oficiais das forcas armadas possam dispor de conta bancária.