11 Jan 2011 - O maior partido na oposição angolana UNITA denunciou a existência de cidadãos em Benguela com duplo cartão de eleitoral.
Vitorino Nhany, secretário provincial daquela organização partidária, disse à Voz da América que essa situação pode potenciar fraude eleitoral nas próximas eleições, à semelhança do que aconteceu em 2008.
Para o político, a manipulação das estruturas do Estado em prol da agenda do sistema do poder, tem resultado em abusos e violações dos direitos humanos.
“Brevemente eu vou apresentar esses dados, eu já tenho algumas localidades onde há duplicidade de cartões de eleitores e vou exibir esses cartões de eleitores. Isso é uma intenção de fraude, porque nós sabemos que ao nível da província do Huambo, numa das comunas, portanto, no município do Bailundo, houve uma administradora que votou cinco vezes. Foi apenas um caso visível; quantos casos como daquela administradora aconteceram ao nível nacional”, questionou Nhany.
Acrescentou que, “por exemplo no Kwanza Norte houve mais votos do que o número de eleitores.”
Por outro lado, Nhany teceu duras criticas contra os deputados do círculo provincial de Benguela que remeteram-se ao silêncio relativamente à alegação, segundo a qual, a província não recebeu as verbas do Orçamento Geral do Estado para 2010.
“ A razão é muito simples são deputados que não foram eleitos pelo povo; são resultantes da fraude eleitoral daí que não cumprem a vontade do povo, mas sim cumprem a vontade dos seus dirigentes. Daí que se remeteram ao silêncio diante duma tamanha violação dos direitos humanos ”
Responsabilizou o governo pelas mortes de populares provocadas pela fome e falta de medicamentos nos hospitais durante o ano transacto.
“ O facto de não haver alocação de verbas para a província de Benguela, está a trazer consigo consequências complicadíssimas, desastrosas. Portanto quando não se alocam verbas para os hospitais, estamos a admitir que o povo benguelense morra, se estamos admitir que o povo benguelense morra, significa que estamos a desprezar o próprio angolano.”
“Estamos a contrariar o particular da nossa Constituição que fala da abolição da pena de morte.”
Vitorino Nhany acusou ainda o partido no poder de não cumprir com as suas promessas eleitorais, concernente à consolidação do processo democrático, sublinhando que o MPLA insiste no uso da polícia nacional para reprimir os membros da oposição na província.