O presidente chinês, Xi Jinping, manteve conversações bilaterais com os seus homólogos de vários países africanos.
Entre os líderes que se reuniram com o Presidente Xi estavam Mamadi Doumbouya da Guiné, Chade Mahamat Idriss Déby, Lazarus Chakwera do Malawi, Isaias Afwereki da Eritreia, Wiliam Ruto, do Quénia, e Emmerson Mnangagwa, do Zimbabué.
Os líderes africanos estão na China para a Cimeira do Fórum de Cooperacao China-África 2024.
A cimeira começou esta quarta-feira e prolonga-se até sexta-feira.
Durante a cimeira, a China instará 50 nações africanas a comprarem mais dos seus produtos, em troca por mais promessas de empréstimos e investimentos. As negociações decorrem numa altura em que a China enfrenta lmitações ocidentais às suas exportações, como veículos eléctricos e painéis solares.
A China, a segunda economia mundial, é o maior parceiro comercial de África e tem procurado explorar os vastos recursos naturais do continente, incluindo o cobre, o ouro, o lítio e os minerais de terras raras.
Também forneceu aos países africanos milhares de milhões em empréstimos que ajudaram a construir as tão necessárias infra-estruturas, mas que, por vezes, geraram controvérsia ao sobrecarregar os governos com enormes dívidas.
Preocupações geopolíticas
Os analistas afirmam que a generosidade de Pequim em relação a África está a ser recalibrada face aos problemas económicos internos e que as preocupações geopolíticas com a crescente disputa com os Estados Unidos podem estar a orientar cada vez mais a política.
“Aprofundar o compromisso económico com África em todas as áreas” é um dos principais objectivos de Pequim esta semana, disse à AFP Zainab Usman, diretora do Programa África do Carnegie Endowment for International Peace.
“Em áreas específicas, mesmo quando esse envolvimento alargado possa não fazer sentido do ponto de vista económico, será motivado por razões geopolíticas”, afirmou.
Um dos objectivos pode ser reduzir o crescente desequilíbrio comercial entre a China e África através do aumento das importações de produtos agrícolas e minerais processados, disse Usman.
“Satisfazer estas exigências africanas é do interesse geopolítico da China para os manter do lado da disputa com os EUA”.
Por seu lado, é provável que os líderes africanos procurem obter apoio para os grandes projectos, tal como fizeram no passado, mas também darão maior ênfase à sustentabilidade da dívida, segundo os analistas.
Os recentes protestos mortais no Quénia foram desencadeados pela necessidade de o governo “pagar o serviço da sua dívida aos credores internacionais, incluindo a China”, disse Alex Vines, chefe do Programa África na Chatham House de Londres.
Vines e outros analistas esperam que os líderes africanos presentes no fórum desta semana procurem não só mais investimento chinês, mas também empréstimos mais favoráveis à luz destes acontecimentos.
c/ AFP
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