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Aristides Gomes deixa Bissau


Aristides Gomes, ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau (Foto de Arquivo)
Aristides Gomes, ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau (Foto de Arquivo)

Antigo primeiro-ministro guineense estava refugiado na sede da ONU por razões de segurança desde que foi afastado em Março de 2020

Onze meses depois de se ter refugiado na sede das Nações Unidas, em Bissau, “por razões de segurança”, o antigo primeiro-ministro, Aristides Gomes, deixa o país nesta sexta-feira, 12, com destino a Dakar, capital senegalesa, por razōes de saúde, segundo avançam as autoridades guineenses.

O acordo para a saída foi negociado entre a Representação da ONU em Bissau e o Ministério Público, tendo como base a necessidade de Gomes ter acesso a tratamento médico.

Ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades anunciou a possibilidade de o antigo primeiro-ministro deixar o país para tratamento médico no estrangeiro.

“Por motivos de saúde deverá deslocar-se ao estrangeiro com carácter de urgência, razão pela qual, assim que a Procuradoria Geral da República o autorizar mediante despacho, poderá sair do país para tratamento médico”, lê-se no comunicado, que acrescentou ainda que as diligências diplomáticas foram “facilitadas” pelo Presidente da República e ocorreram no “estrito respeito pelo princípio de separação de poderes e de interdependência dos órgãos da soberania”.

Refugiado desde 2020

O antigo primeiro-ministro foi afastado do cargo a 28 de Fevereiro de 2020, um dia depois de Úmaro Sissocó Embaló ter assumido a Presidência, mesmo antes da conclusão do processo eleitoral.

Dias depois Aristides Gomes denunciou um cerco pelas forças de segurança à sua casa e mais tarde refugiou-se na sede da representação da ONU em Bissau.

Recorde-se que o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, informou no passado a existência de três processos-crimes contra o antigo Chefe do Governo.

Em conferência de imprensa a 30 de Outubro, Gomes confirmou que ele é acusado de ter cometido crime económico, peculato e de ter responsabilidades no desaparecimento de 674 kg de drogas dos cofres de Estado em 2007.

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