O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, reiterou a acusação contra o antigo Chefe do Governo e candidato presidencial Umaro Sissoco Embaló de estar a preparar um golpe de Estado, mas garante que a situação está calma no país, com as forças de segurança e a força de interposição da CEDEAO a “assumirem as suas funções”.
Em entrevista exclusiva à VOA por telefone nesta terça-feira, 22, Gomes avançou que ao tomar conhecimento do “áudio de um candidato presidencial que pretendia parar o processo das eleições por via da violência”, o Governo “teve de denunciar isso e agora compete à pessoa esclarecer o assunto”.
Ao mesmo tempo, ainda de acordo com o Chefe do Governo, as autoridades obtiveram outras informações “que iam no mesmo sentido, em como estaria em preparação um onda de vandalismo na cidade”.
Gomes garantiu que o seu Executivo tem dados “que poderão eventualmente constituir elementos de prova” e que cabe agora às entidades competentes tomar medidas.
Por agora, a situação está controlada, de acordo com o primeiro-ministro que destacou o desempenho da polícia e dos militares “que respeitam a neutralidade que lhes é exigida”.
A força da CEDEAO, Ecomib, disse "está a fazer o seu papel disuasor".
Questionado se tinha discutido o assunto com o Presidente da República, Aristides Gomes respondeu que “não” e sobre uma eventual detenção do anterior primeiro-ministro frente às acusações disse que os serviços de informação estão a fazer o seu trabalho e lembrou que“há muitos anos que não há prisões arbitrárias no país”.
“O processo deve correr o seu ciclo nornal”, concluiu o primeiro-ministro guineense.