O recente apoio financeiro manifestado à candidatura de António Venâncio à presidência do MPLA pela antiga deputada Tchizé dos Santos está a ser interpretado por analistas contactados pela VOA como parte de “rixas pessoais” e não como um facto que tenha algum peso político no seio do partido no poder em Angola.
Para o activista social e pastor Elias Isaac, “isso não passa de desaforos pessoais”, porque, segundo afirma, “neste momento o Presidente João Lourenço já não promove nem protege os interesses económicos da família José Eduardo dos Santos”.
O analista Rui Candove entende, por seu turno, que o apoio de Tchizé dos Santos a António Venâncio “tem um peso residual” e reflecte “uma atitude de revanche" que não vincula a família José Eduardo dos Santos.
“Ela é aceite por alguns mas muito questionada por muitos outros devido à sua atitude por vezes colérica” afirma Candove.
Por seu lado, no entender do académico João Lukombo Nzatuzola, o suposto apoio a António Venâncio só vale pelo facto de Tchizé dos Santos ser uma “voz dissonante” no seio do MPLA e considera “uma simulação” a anunciada abertura de candidaturas para a liderança do partido.
“O António Venâncio parte numa situação de desvantagem”, diz.
Filha do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a empresária Tchizé dos Santos disse recentemente que gostaria de ajudar a candidatura do militante Antônio Venâncio à presidência do MPLA, colocando a sua contribuição na conta da campanha dele para Presidente, “por uma questão de dar o seu apoio moral ao camarada pela coragem”.
Tchizé sugeriu que seja publicitado a conta da campanha do pré-candidato de forma a que todos os que querem ver a real democratização do MPLA e de Angola sejam uma realidade.
"Caso seja verdade que está a decorrer uma recolha de apoios à democracia interna no MPLA, através da contribuição financeira à campanha do de António Venâncio, por favor informem o IBAN para que eu possa também fazer o meu depósito", disse a empresária.
Entretanto, o pré-candidato à presidência do MPLA já disponibilizou a conta ao público, a fim de receber apoio de todos os militantes e simpatizantes do seu partido que são a favor da sua candidatura.
Aquele militante do MPLA há 48 anos ainda não oficializou a sua candidatura, a pouco menos de quatro dias do fim do prazo estipulado para a recolha das assinaturas.
Em declarações recentes à VOA, António Venâncio denunciou boicotes ao processo de recolha de assinaturas e pressão sobre os militantes que manifestem alguma simpatia com a candidatura.