O secretário de Estado americano, Antony Blinken, criticou o Presidente venezuelano por, segundo ele, colocar os seus interesses acima do povo ao retirar o Governo das negociações com a oposição que deviam ser retomadas no domingo passado.
No Equador, onde se encontra de visita, o chefe da diplomacia americana reiterou que a detenção e a extradição de Cabo Verde para os Estados Unidos do enviado especial venezuelano Alex Saab nada tem a ver a política, mas é do foro judicial.
“Acho importante ressaltar que temos um sistema judicial independente nos Estados Unidos. E no caso da extradição do Sr. Saab, este é um assunto que se arrasta há quase uma década. Acredito que ele foi preso pela primeira vez há cerca de 10 anos e há um processo em andamento há alguns anos para sua extradição, e que prossegue independentemente de qualquer coisa que esteja a acontecer no campo político”, disse Blinken na conferência de imprensa, na terça-feira, 19, ao lado do seu homólogo equatoriano, Mauricio Montalvo.
Por isso, segundo Blinken, não há qualquer relação entre a extradição de Alex Saab e a suspensão da participação do Governo venezuelano nas negociações com a oposição que decorriam no Mexico, anunciada no sábado, 16, por Caracas horas depois da extradição do seu enviado especial.
“É profundamente lamentável que o regime do sr. Maduro se tenha retirado das negociações no México, mas acho que também é indicativo, infelizmente, de que o sr. Maduro coloca os interesses próprios acima dos interesses do povo venezuelano e os interesses de uma pessoa à frente dos interesses de todas as pessoas na Venezuela”, afirmou.
Recorde-se que embora Alex Saab estivesse preso em Cabo Verde desde 12 de Junho de 2020 e desde Março tivesse sobre ele a sentença de extradição para os Estados Unidos, em Setembro o Governo da Venezuela colocou o seu nome na lista de delegação que negoceia com a oposição uma saída à crise política no país.
Acusado de oito crimes de lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, Saab foi presente a um juiz de Miami na segunda-feira, 18, e deverá voltar ao tribunal no dia 1 de Novembro.