O antigo Procurador Geral dos Estados Unidos, William Barr, que foi um dos mais leais defensores do Presidente Donald Trump, acusou-o nesta quinta-feira, 7, de “traír o seu cargo e os seus apoiantes”, na sequência dos distúrbios de ontem em que uma multidão invadiu o edifício do congresso durante a confirmação oficial dos resultados eleitorais.
Horas antes o Presidente tinha exortado os manifestantes a marcharem em direcção ao Congresso e repetiu acusações não confirmadas de que as eleições tinham sido fraudulentas
Numa declaração divulgada em vários meios de informação, Barr acusou Trump de ser responsável por “orquestrar uma multidão para pressionar o Congresso” e descreveu as acções do Presidente como “indesculpáveis”.
“Orquestrar uma multidão para pressionar o Congresso é indesculpável”, escreveu Barr, para quem "a conduta do Presidente ontem foi uma traição ao seu cargo e apoiantes”, acrescentou.
William Barr abandonou o seu posto no mês passado depois de em publico ter negado as alegações do Presidente de que as aleições foram fraudulentas.
No início de dezembro, o então procurador geral afirmou que o seu departamento não tinha encontrado qualquer prova de fraude eleitoral que poderia resultar na anulação da vitória do candidato democrata Joe Biden, algo que irritou o Presidente Trump que o acusou de “não querer ser visto como meu advogado”
William Barr criticou também a demorada reacção das forças policiais à multidão que invadiu o congresso.
“A violência no edifício do Capitólio é ultrajante e desprezivel”, escreveu Barr, que acrescentou: “as agências federais deviam ter agido imediatamente para a dispersar”, a multidão.
O actual procurador geral interino Jeffrey Rosen garantiu que os responsáveis pelo ataque ao edifício do Congresso “vão fazer face a todas as consequências das suas acções ao abrigo da lei”.
Democratas querem demissão do chefe da segurança do Capitólio
Entretanto o democrata Chuck Schumer que vai assumir a presidência do Senado no final do mês disse que vai demitir o director do Gabinete de Segurança e Protocolo do Congresso Mike Stenger.
Schumer afirmou, numa declaração, que se essa posição não estiver vaga quando ele tomar posse “então irei demiti-lo logo que os democratas tiverem a maioria no Senado”.
Os democratas venceram na terça-feira as eleições para dois lugares no Senado dando-lhes agora o controlo dessa câmara embora com igual número de assentos (50) que os republicanos, mas em caso de empates nas votações empatadas a vice-presidente eleita Kamala Harris será chamada a desempatar.