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Bush pede renovação do programa PEPFAR e diz aos cépticos para olharam para milhões de vidas salvas


Presidente George W. Bush assina a 27 de Maio de 2003 a lei que destina 15 bilhões de dólares para combate à SIDA
Presidente George W. Bush assina a 27 de Maio de 2003 a lei que destina 15 bilhões de dólares para combate à SIDA

"Este programa precisa ser financiado. E para os cépticos, tudo o que peço é que olhem para os resultados. Se os resultados não os impressionarem, nada os impressionará", disse o antigo Presidente em Washington.

O antigo Presidente dos Estados Unidos George W. Bush exortou os legisladores americanos a continuarem a apoiar o Plano de Emergência do Presidente para Alívio da SIDA (PEPFAR), uma iniciativa que ele lançou há duas décadas contra uma das doenças mais mortais da época.

"Peço ao Congresso que comprometa 15 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, incluindo quase 10 bilhões em dinheiro novo, para virar a maré contra a SIDA nas nações mais afectadas da África e do Caribe", disse Bush no seu discurso sobre o Estado da União em 2003, quando cerca de 30 milhões de pessoas na África tinham contradído o vírus, incluindo 3 milhões delas com menos de 15 anos.

Em Washington para marcar o 20o. aniversário do seu plano, Bush lembrou às pessoas que o dinheiro dos contribuintes americanos está a fazer uma diferença enorme e mensurável no fornecimento de tratamento que tem salvo a vida a milhões de pessoas com o HIV/SIDA.

"Este programa precisa ser financiado. E para os cépticos, tudo o que peço é que olhem para os resultados. Se os resultados não os impressionarem, nada os impressionará", disse o antigo Presidente no dia 24 no Instituto de Paz, em Washington.

O PEPFAR tem de ser renovado e refinanciado neste ano.

O co-fundador e filantropo da Microsoft, Bill Gates também estava presente e lembrou que o HIV/Sida ainda é um grande problema.

"Reduzimos substancialmente as taxas de mortalidade, mas se não continuarmos a fornecer os medicamentos às pessoas elas são infectadas e depois teremos o aumento exponencial que vimos com todas as doenças infecciosas, incluindo a Covid-19", disse Gates.

Por seu lado, o director executivo do George W. Bush Institute, em Dallas, destacou que "a importância do programa PEPFAR se resume no número de vidas que foram salvas".

"Mais de 25 milhões de vidas foram salvas como resultado da iniciativa PEPFAR do Presidente Bush. … E foi uma visão que ele teve de intervir e ajudar as pessoas que realmente precisavam de ajuda. Ele sentiu que os EUA estavam numa posição para o fazer”, disse Kramer à VOA.

Ele lembrou ainda que “a infraestrutura que foi montada ao longo dos 20 anos sob o PEPFAR e também com o Fundo Global [de Combate à SIDA, Tuberculose e Malária] forneceu assistência importante aos profissionais e responsáveis de saúde para lidar com outras crises, como a pandemia da Covid-19”.

Apoio bipartidário

Desde que a legislação foi aprovada em Maio de 2003, o PEPFAR beneficiou-se do apoio bipartidário no Congresso, embora o financiamento para os programas de abstinência – uma exigência posteriormente removida em 2008 – tenha sido alvo de críticas.

O ex-Presidente Donald Trump propôs, sem sucesso, reduzir o financiamento do PEPFAR durante o seu mandato.

Sucessos do programa

A directora executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA, ou ONUSIDA, esteve no evento e reconheceu o impacto do PEPFAR.

"Quando ele anunciou o PEPFAR há 20 anos, o nosso povo estava a morrer, os nossos países estavam devastados. Havia medo, havia dor e sofrimento... Então, viemos aqui para homenagear o Presidente Bush, o Governo americano, os contribuintes americanos por 100 bilhões de dólares que foram colocados neste programa ao longo de 20 anos e salvaram vidas", disse Winnie Byanyima à VOA.

Ela acrescentou que foram as parcerias formadas entre o PEPFAR, o Fundo Global, ONUSIDA, sociedade civil, governos e outras organizações que ajudaram a virar a maré.

O ex-Presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete, que se juntou a Bush no evento e a quem o antigo Presidente americano se referiu como seu "amigo", lembrou-se de ter feito o teste publicamente para encorajar outros que tinham medo de se apresentar.

"Lembro-me de 14 de Julho de 2007, lançamos esta grande campanha numa grande praça em Dar es Salaam. … O melhor é que minha esposa e eu demos o exemplo, e não os fizemos dentro de uma tenda onde não há se vê. Foi sim numa tenda, mas com as câmeras de TV a transmitir o sangue sendo colhido, e levado para os laboratórios. Claro, as minhas veias são fáceis de apanhar, mas a minha esposa teve alguns problemas. Eles a picaram várias vezes. … Fiquei muito triste por ela, mas disse: 'Este é o preço da liderança'", concluiu Kikwete.

Ante a meta de acabar com a SIDA em todo o mundo até 2030, o objectivo agora, segundo a ONUSIDA, é evitar novas infecções.

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