Mateus Esteita, de 29 anos, é natural da província do Uíge, mas teve que se mudar com os pais para Luanda quando tinha cinco anos de idade por causa da guerra civil angolana, que teve início em 1975 e continuou com alguns intervalos até 2002.
Mateus, que se considera um eterno sonhador, desde muito cedo sabia o que queria para o seu futuro: melhorar a sua condição de vida e ter uma educação de qualidade. O jovem corajoso e persistente saiu de Angola para investir no seu sonho e foi estudar na Rússia como bolseiro do INAGBE, Instituto Nacional de Gestão de Bolsas.
Depois de muitos anos de esforço, dedicação e superação, Mateus concluiu os seus estudos. Hoje ele é licenciado em tecnologia química de combustíveis pela Universidade Estatal Técnica de Petróleo de Ufa, Rússia, e tem um mestrado em segurança de processos na indústria petrolífera pela mesma instituição.
Mateus estava bem na Rússia e trabalhava numa das maiores petroquímicas do país. No entanto, tomou uma decisão que deixou muita gente surpresa. Decidiu voltar para Angola a fim de dar o seu contributo. Mateus é um jovem que acredita em correr riscos para alcançar objectivos. Para ele tudo vale a pena desde que seja legal e lícito.
“É importante corrermos riscos. É importante a gente sair da zona de conforto. É importante abraçarmos e desafiarmos os nosso medos. Eu digo sempre: conhecimento é luz. Ter conhecimento te dará outra visão política, financeira, outra visão social do mundo em que vivemos. Quando a gente vai em busca da luz, então vale apena correr esse risco”.
Mateus, que sonha em tornar-se presidente de Angola, voltou para inspirar os jovens do seu país. Recentemente lançou pela Editora Acácias o livro “O Bolseiro: a vida de um sonhador”, e desde o final do mês de Agosto não parou mais de viajar e trabalhar para divulgar o livro.
Ele diz que “O Bolseiro” é um conto com duas personagens principais que passam por todos os desafios de um estudante, e acrescenta que o livro é motivacional, inspirador, cheio de informações e com uma bagagem histórica rica.
“A gente vai buscar a história do sistema que funcionava no Reino do Congo, do contrato que houve entre o rei do Congo, Manicongo, e o rei de Portugal para formar pessoas da corte do Reino do Congo. Isso já há muito tempo, antes da formação da República de Angola”.
Mateus explica que um dos seus objectivos é motivar os jovens a sonhar, acreditar que é possível conseguir realizá-los e que é possível vencer na vida.
Ele conta que o livro está sendo muito bem recebido em Angola, o que superou suas expectativas.
"Temos recebido um feedback positivo. Constantemente recebo mensagens pelas redes sociais de pessoas que vão falando sobre as histórias e vão se identificando com as personagens."
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