O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), terceira força política no Parlamento, não se recandidata à liderança do partido que dirige desde 1997.
Em conferência de imprensa nesta terça-feira, 4, na sede do partido, na ilha de São Vicente, António Monteiro afirmou ser “tempo de dar espaço para que haja outras cabeças e visões”.
“Não serei candidato porque considero que já dei o meu máximo. Já me sinto até um pouco cansado nestas lides e é altura de me afastar. Contudo, continuarei a servir o país enquanto deputado ou noutras responsabilidades que o futuro poderá me colocar pela frente. Mas penso ainda, antes de passar a idade de reforma, voltar à minha profissão e contribuir para melhorar a vida dos cabo-verdianos, também nesta área”, afirmou Monteiro, que na ocasião anunciou a realização do 18º congresso do partido para 25 a 27 de Março, na cidade do Mindelo, com a participação de cerca de 200 delegados.
“No congresso iremos eleger uma nova direcção da UCID, eleição esta a que não me candidatarei à minha própria sucessão porque considero que já são três mandatos consecutivos à frente da UCID desde 2009 e, portanto, é tempo de dar espaço a outros militantes para que possam desenvolver ou ajudar a desenvolver um melhor trabalho dentro da UCID”, acrescentou o líder dos democratas-cristãos.
Em jeito de balanço, António Monteiro aceitou a culpa – “tenho de assumir essa responsabilidade” - de não ter deixado um partido “mais pujante” e que pudesse ter em todas as ilhas a mesma performance que tem em São Vicente.
No entanto, destacou o avanço do partido que tem quatro deputados no Parlamento, que representam cerca de 20 mil votos, um “reforço e crescimento robusto” da UCID que, segundo ele, tem cresciado “mais de 50 por cento (%) apesar das suas fraquezas financeiras”.
Engenheiro mecânico de profissão e de 60 anos de idadei, António Monteiro entrou para o partido em 1992 e foi eleito presidente em 1997, tendo renovado os seguintes mandatos.
Fundado em 1977 por emigrantes e Roterdão, Holanda, em oposição ao regime de partido único do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, que depois se transformou e PAICV, a UCID, que defende os valores da democracia cristã, teve, antes de Monteiro, quatro líderes. Sérgio Duarte Fonseca, Lídio Silva, John Whanon e Manuel Rodrigues.