Na busca de sustento angolanos estão a recolher minas e bombas deixadas por várias zona de Angola durante a guerra civil para as vender nas lojas de sucatas, disse Fernando Catiavala do do Centro Nacional de Desminagem na Huíla.
O especialista alerta, que a febre pela procura de material ferroso para fins comerciais, aumentou o risco de acidentes com minas até nos principais centros urbanos do país.
“Nessa recolha de material ferroso muitos cidadãos têm estado a recolher minas e bombas para levar a estas casas (de sucatas) e hoje temo-nos deparado com este fenómeno de encontrar engenhos explosivos em qualquer parte até nos centros urbanos”, disse.
“O perigo ainda é iminente”, acrescentou Fernando Catiavala para quem os os programas de educação e prevenção de riscos com minas nas comunidades continuam a ser prioridades perante a escassez de financiamento.
Atualmente em Angola as províncias do Cuanza-Norte, Huambo, Malanje, Uíge e Zaire são consideradas províncias livres totalmente de minas, embora aguardem por certificação.
Em sentido oposto estão Cuando Cubango, Moxico, Bié e as Lundas, segundo dados do Centro Nacional de Desminagem (CND).
Angola deverá falhar por pelo menos três anos, o prazo para limpar todo o território de minas antipessoal que estava previsto terminar em Dezembro de 2025, assim aponta o relatório Landamine Monitor 2023 no seu plano de trabalho para o período de 2019-2025.
Um estudo anual da campanha internacional para banir as minas terrestres, com sede na Suíça, dá conta que Angola limpou em 2022 um total de 5,87 quilómetros quadrados e destruiu 3.342 engenhos explosivos, registos muito abaixo dos 17 quilómetros quadrados de libertação anual de terras prevista no seu plano de desminagem.
Para o ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos, a escassez de financiamento faz com que a estratégia de desminagem em curso, obedeça a prioridades em função dos objetivos de desenvolvimento definidos pelo Executivo.
“Nomeadamente os sectores da energia e águas, construção e obras públicas, agricultura temos estado a atender às solicitações dos senhores governadores das 18 províncias. Ainda há suspeitas de minas sobretudo nas províncias com maior destaque do Cuando Cubango, Moxico, Bié, Uíge, Malanje e as Lundas norte e sul”, disse.
Inglaterra, Estados Unidos da América e Japão têm sido alguns dos países que apoiam o programa de desminagem em Angola.
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