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Angolanos questionam autoridade moral do novo Comandante da Policia


Edificio da Policia Nacional de Angola, na Baixa de Luanda, Angola
Edificio da Policia Nacional de Angola, na Baixa de Luanda, Angola

Nomeação de Paulo de Almeida está a ser encarada como uma “afronta” ao Tribunal Supremo pelo facto do mesmo estar como arguido num processo.

A demissão do cargo de Comandante-geral da Policia Nacional pelo
então comissário-geral Alfredo Eduardo Mingas “Panda” é o assunto que
continua a dominar as conversas dos angolanos, depois do Presidente
da República, João Lourenço ter aceite o seu pedido.

Em causa está o seu envolvimento no acidente que vitimou,
recentemente, dois angolanos, e esta terá sido a forma que alta
patente da Polícia Nacional encontrou para afastar qualquer suspeita
de que a sua função poderia condicionar o curso das investigações, que
correm os seus trâmites legais na Direcção Nacional de Investigação e
Acção Penal.

Por outro lado, o acidente em causa tornou-se bastante viral nas redes
sociais e várias reações da sociedade foram registadas, com os juristas
a emitir as suas análises sobre uma presumível responsabilidade
do comandante Panda.

Esta semana, João Lourenço convocou o Conselho de
Segurança Nacional, que produziu um despacho de exoneração do
comandante geral da Polícia Nacional, a seu pedido e a nomeação do
comissário-chefe, Paulo de Almeida, antigo segundo comandante nacional
para a ordem pública.

Entretanto, informações postas a circular em Luanda revelam que a
nomeação de Paulo de Almeida está a ser encarada em meios
competentes como uma “afronta” ao Tribunal Supremo pelo facto do
mesmo estar como arguido num processo que este órgão judicial aprecia.

Falando à imprensa, na cerimónia de empossamento como novo
Comandante-geral da Policia Nacional, o comissário-chefe, Paulo de
Almeida, disse estar a ser alvo de perseguição e acusou alguns
funcionários da Procuradoria-Geral da República.

Para o jurista Fernando Monteiro Kawewe, a nomeação de Paulo de Almeida
reforça os seus poderes, o que vai dificultar o andamento do processo de investigação em que está envolvido.

Por outro lado, o especialista em direito, considera que este facto
contraria a posição publicamente assumida por João Lourenço de
combate a impunidade.

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