A troca de recados entre o antigo e o actual Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos e João Lourenço, com as finanças públicas no centro da discórdia, está a gerar preocupação em segmentos da sociedade preocupados com o factor estabilidade.
Em Benguela, há quem aceite que as confrontações, como mostra o cenário, são um encanto da democracia, mas o tom de duas figuras do MPLA, partido no poder, sugere, segundo as mesmas observações, um entendimento em nome do povo que sofre.
Aos governados, como os jovens Samuel, Betinho e Orlando, cabe questionar, principalmente quando o assunto mexe com o seu modo de vida.
‘’Quando o senhor Presidente (José Eduardo dos Santos) saiu, porque não publicou, dizendo que são 15 mil milhões’’, questiona o Samuel, enquanto o Betinho pretende saber se ‘’o chefe do Banco Nacional confirma este valor’’.
Por seu lado, Orlandolamenta que ‘’só agora, que o país vai de mal a pior, é que o antigo Presidente esteja a falar deste dinheiro’’.
Exercícios democráticos são bem-vindos, mas atenção aos limites, sugerem os jovens entrevistados pela VOA
‘’É exemplo de que o país está a mudar, é democracia, antes não acontecia esta troca de palavras’’, insiste Samuel, que acompanha, no entanto, Orlando dizer que ‘’é preciso que eles se entendam, nós, o povo, é que sofremos com a luta dos grandes’’.
Um dia depois de José Eduardo dos Santos ter vindo a público dizer que, ao contrário do que afirmou João Lourenço em entrevista na semana passada, deixou mais de 15 mil milhões de dólares de reservas internacionais e a economia sob controlo, as reacções em Angola surgem de todos os sectores.