A imprensa portuguesa revela que um empresário angolano poderá estar a ser alvo de investigações em Portugal no âmbito do chamado escândalo dos Vistos Gold, em que autorizações de residência são concedidas depois de um investimento de um determinado montante.
Eliseu Bumba terá ligações directas a António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos de Notariado (IRN), e um dos 11 detidos do processo Labirinto, nome da investigação conduzida pela Polícia Judiciária portuguesa.
A ligação entre Eliseu Bumba e António Figueiredo tem como pano de fundo um protocolo assinado entre o Ministério da Justiça de Angola e a sua congénere angolana, que envolvia a viagem de três funcionários do IRN a Angola. Apesar dos custos do programa serem assumidos pelo Estado português, António Figueiredo e os outros quadros terão, alegadamente, trabalhado para a Merap Consulting, uma sociedade de Eliseu Bumba, que tem uma filial em Portugal, a Lusomerap.
Segundo o Correio da Manhã, o empresário desempenhava o papel de intermediário, sendo responsável por angariar clientes de vistos dourados para Portugal, recebendo em troca o pagamento de “luvas”.
Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal estarão também a investigar um protocolo entre o Ministério da Justiça de Portugal e a sua congénere angolana para a formação de quadros em Angola.