A direcção do Instituto Politécnico Manuel Quarta Mpunza, na cidade do Uíge, despediu quatro auxiliares de limpeza no ano passado por alegadamente terem prestado declarações à VOA.
Segundo informações apuradas pela VOA no Uíge, o despedimento das auxiliares de limpeza naquela instituição deveu-se pelo facto de terem denunciado os maus-tratos por que passavam pelo instituto que, segundo elas, as tratavam de "escravas", depois de terem passado um período de três meses sem salários.
Neste momento, as funcionárias estão amedrontadase recusaram prestar declarações à VOA.
Entretanto, sabe-se que passaram por uma investigação feita direcção da instituição, usando colunas de som para identificar a voz das declarantes.
No final das investigações, a direcção resolveu despedi-las e em tempo de crise as antigos funcionárias passam por momentos difíceis e sem saber como sustentar as famílias.
O professor de Introdução ao Direito Olavo Castigo diz que o comportamento da direcção daquela instituição é um "atentado" ao direito à liberdade de expressão e violação das normas consagradas na actual lei geral de trabalho em vigor em no país.
"A direcção da escola agiu mal, vamos encontrar vários direitos do trabalhador, como a liberdade sindical", explicou, defendendo que as trabalhadoras têm o direito de recorrer da medida.
De acordo com o Castigo, as auxiliares de limpeza ainda têm tempo para reivindicarem pelos seus direitos e deveriam arranjar um advogado para se ultrapassar o conflito.
A VOA tentou ouvir a direcção do Instituto Politécnico Manuel Quarta Mpunza para se pronunciar sobre o assunto mas sem sucesso.