A presidência de Angola disse na terça-feira, 11 de março, que tentaria intermediar negociações diretas entre a República Democrática do Congo (RDC) e os rebeldes do M23 apoiados pelo Ruanda, nos próximos dias.
Não ficou imediatamente claro se o governo congolês, que se recusou repetidamente a manter negociações com o M23, participaria nas discussões.
O porta-voz presidencial do Congo disse à Reuters que as autoridades tomaram nota desta iniciativa, enquanto um porta-voz adjunto do M23 a classificou como "uma vitória da razão" e confirmou a presença do grupo nas negociações.
Angola tem tentado mediar um cessar-fogo duradouro e aliviar as tensões entre a RDC e o vizinho Ruanda, que foi acusado de apoiar o grupo rebelde liderado pelos tutsis.
O Ruanda nega fornecer armas e tropas aos rebeldes do M23 e diz que as suas forças estão a agir em legítima defesa contra o exército congolês e as milícias hostis a Kigali.
Os rebeldes do M23 tomaram as duas maiores cidades do leste do Congo desde Janeiro, numa escalada de um conflito de longa data enraizado na propagação para o Congo do genocídio do Ruanda em 1994 e na luta pelo controlo dos vastos recursos minerais do Congo.
Entretanto, o Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, realizou uma visita de trabalho à capital de Angola, Luanda, e encontrou-se com o seu homólogo João Lourenço.
"Angola, como mediadora do conflito no leste da República Democrática do Congo, estabelecerá contactos com o M23, para que as delegações do Congo e do M23 possam manter negociações diretas em Luanda nos próximos dias", escreveu a presidência da RDC na sua página de Facebook.
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