O Estado angolano vai comprar a uma empresa chinesa energia da barragem de Lomaum, em Benguela, reinaugurada há quatro dias.
A VOA sabe que a reabilitação da hidroeléctrica de Lomaum custou cerca de 180 milhões de dólares, quase três vezes mais do que o valor determinado num estudo realizado na década de 1990, com os níveis de degradação não tão acentuados.
Trata-se de um financiamento chinês viabilizado pela Kanazuro Electric, a empresa que vai explorar o empreendimento durante 20 anos.
Nesta parceria público-privada, houve espaço para a GHCB Angola, a firma que reabilitou, em mais de cino anos, a barragem de Lomaum, que agora fornece 50 Megawatts, a que se juntam aos 90 anteriores.
As autoridades preconizam menos restrições no fornecimento a Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta.
O administrador do Cubal, Carlos Guardado, disse que esta electricidade vai ter um impacto positivo na economia.
‘’Isso vai ser muito bom para a nossa economia, sobretudo agora que falamos da diversificação. É importante ter esta fonte hídrica, queremos impulsionar a produção interna’’, disse Guardado que fez notar o baixo baixo custo dessa energia quando comparado com a produzida com gasóleo.
O deputado Alberto Ngalanela, secretário provincial da Unita, manifestou o seu cepticismo quanto ao acordo de fornecimento de electricidade e afirma haver falta de transparência no processo.
“O pouco que sabemos é que o Estado vai comprar a luz a uma empresa chinesa (mas) os deputados não conhecem o custo da obra”, disse Ngalanela.
Por esta razão, o partido de Isaías Samakuva vai pedir esclarecimentos ao Governo de Benguela.
“Apesar de ser uma obra de subordinação central, vamos pedir que o Governo explique o negócio, até porque em causa está um bem público”, acrescentou
Construída em 1959, a barragem de Lomaum esteve paralisada desde 1984.
Se for ampliada, como prevê o Governo, deverá fornecer a parte do Huambo e ainda aos municípios do interior da província.