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Angola vai apresentar plano de contenção de grupos armados no leste da RDC


Reunião Ministerial entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda, mediada pela República de Angola, com a ministra da Rep. Dem. do Congo, Thérèse Wagner e o ministro do Rwanda, Olivier Nduhungirehe
Reunião Ministerial entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda, mediada pela República de Angola, com a ministra da Rep. Dem. do Congo, Thérèse Wagner e o ministro do Rwanda, Olivier Nduhungirehe

O plano será apresentado aos envolvidos antes do próximo dia 30 quando peritos do Ruanda e da RDC voltam a reunir-se em Luanda

O Governo de Angola vai apresentar um plano concreto para a contenção de grupos armados que operam na República Democrática do Congo (RDC) apoiadas pelo governo deste país e do Ruanda.

A decisão foi tomada após uma reunião no fim de semana em Luanda entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países e Angola, que vai ser seguida de um novo encontro de peritos no final do mês.

Meios de informação ruandeses disseram que o plano deverá fornecer detalhes para aquilo que é descrito como “um conceito de operações para as atividades contidas no plano harmonizado para a neutralização das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), bem como outras ações para todas as partes lidarem com as preocupações mútuas”.

O plano tem que estar pronto antes do próximo dia 30 quando peritos do Ruanda e da RDC voltam a reunir-se em Luanda sob mediação angolana.

Não há pormenores concretos do que está a ser negociado, mas anteriormente as negociações estiveram em perigo depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Olivier Nduhungirehe, ter acusado a ministra congolesa Thérèse Wagner de obstruir o processo de paz angolano afirmando na plataforma X que a ministra governante tinha inexplicavelmente mudado de posição no que diz respeito à neutralização da FDLR.

Ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Olivier Nduhungirehe em reunião ministerial em Luanda
Ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Olivier Nduhungirehe em reunião ministerial em Luanda

Segundo o ministro ruandês na reunião ministerial de 24 de Setembro tinha-se já acordado num plano para a neutralização daquele grupo quando à ultima da hora a ministra congolesa “por orientação do seu Presidente recusou-se categoricamente a adotar o plano”

Esse plano, continuou Nduhungirehe, tinha sido acordado por peritos militares de ambos os países e incluía também o que as autoridades do Ruanda dizem ser o “levantamento de medidas defensivas que o país tinha que adoptar para proteger as suas fronteiras das ameaças da FDLR”.

Este posicionamento é visto como uma declaração de que o Ruanda concordou em retirar tropas e equipamento que mantém no leste da RDC e que alegadamente apoia o movimento rebelde congolês M23.

O governante acrescentou ainda que a ministra congolesa tinha também exigido a inserção de uma “cláusula de responsabilidade”, algo rejeitado pelo Ruanda.

Ministra das Relações Exteriores da Rep. Dem. do Congo, Thérèse Wagner, em Luanda em reunião ministerial.
Ministra das Relações Exteriores da Rep. Dem. do Congo, Thérèse Wagner, em Luanda em reunião ministerial.

Não houve reação por parte das autoridades congolesas a estas acusações, mas o Governo de Angola parece ter conseguido acalmar as partes, pois o ministro ruandês disse depois do encontro deste fim de semana que “ o processo de Luanda está ainda no caminho certo”.

“O processo está a avançar bem e os peritos deverão reunir-se no fim do mês”, acrescentou.

Sabe-se que um dos pontos em discussão é a possível integração dos elementos da FDLR no exército congolês.

Por outro lado, desconhecem-se pormenores do que está a ser discutido em relação ao M23 que controla partes do território congolês e que é apoiado pelo Ruanda.

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