O Governo de Angola vai apresentar um plano concreto para a contenção de grupos armados que operam na República Democrática do Congo (RDC) apoiadas pelo governo deste país e do Ruanda.
A decisão foi tomada após uma reunião no fim de semana em Luanda entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países e Angola, que vai ser seguida de um novo encontro de peritos no final do mês.
Meios de informação ruandeses disseram que o plano deverá fornecer detalhes para aquilo que é descrito como “um conceito de operações para as atividades contidas no plano harmonizado para a neutralização das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), bem como outras ações para todas as partes lidarem com as preocupações mútuas”.
O plano tem que estar pronto antes do próximo dia 30 quando peritos do Ruanda e da RDC voltam a reunir-se em Luanda sob mediação angolana.
Não há pormenores concretos do que está a ser negociado, mas anteriormente as negociações estiveram em perigo depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Olivier Nduhungirehe, ter acusado a ministra congolesa Thérèse Wagner de obstruir o processo de paz angolano afirmando na plataforma X que a ministra governante tinha inexplicavelmente mudado de posição no que diz respeito à neutralização da FDLR.
Segundo o ministro ruandês na reunião ministerial de 24 de Setembro tinha-se já acordado num plano para a neutralização daquele grupo quando à ultima da hora a ministra congolesa “por orientação do seu Presidente recusou-se categoricamente a adotar o plano”
Esse plano, continuou Nduhungirehe, tinha sido acordado por peritos militares de ambos os países e incluía também o que as autoridades do Ruanda dizem ser o “levantamento de medidas defensivas que o país tinha que adoptar para proteger as suas fronteiras das ameaças da FDLR”.
Este posicionamento é visto como uma declaração de que o Ruanda concordou em retirar tropas e equipamento que mantém no leste da RDC e que alegadamente apoia o movimento rebelde congolês M23.
O governante acrescentou ainda que a ministra congolesa tinha também exigido a inserção de uma “cláusula de responsabilidade”, algo rejeitado pelo Ruanda.
Não houve reação por parte das autoridades congolesas a estas acusações, mas o Governo de Angola parece ter conseguido acalmar as partes, pois o ministro ruandês disse depois do encontro deste fim de semana que “ o processo de Luanda está ainda no caminho certo”.
“O processo está a avançar bem e os peritos deverão reunir-se no fim do mês”, acrescentou.
Sabe-se que um dos pontos em discussão é a possível integração dos elementos da FDLR no exército congolês.
Por outro lado, desconhecem-se pormenores do que está a ser discutido em relação ao M23 que controla partes do território congolês e que é apoiado pelo Ruanda.
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