Todas as oportunidades para mudança existem actualmente em Angola, disse o presidente do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior.
Em entrevista à VOA nesta quarta-feira, 13, em Washington, o parlamentar disse que as eleições de 2017 vão decorrer num ambiente totalmente diferente das últimas porque o maior sector da população é a juventude e hoje tem à sua disposição meios de acesso a informação que não existiam anteriormente como a internet e as redes sociais nos telefones celulares.
Mas também porque o Governo estará “a um nível de falência a todos os níveis”, no momento em que a "crise atingiu a classe média”.
“Temos hoje toda aquela elite que viveu relativamente bem a pagar bastante caro os efeitos da crise”, disse, adiantando que "perderam direitos e valores”.
Costa Júnior lembrou que Angola “não fabrica quase nada” e está dependente de importações, ao mesmo tempo que “o salário de ontem vale um quinto do salário de hoje”.
“É muita perda”, reconheceu o líder da bancada parlamentar da UNITA, reiterando haver também “uma crise de valores”.
Durante a sua estada em Washington, Adalberto Costa Júnior participou numa reunião da Gopac, uma organização de parlamentares contra a corrupção, e avistou-se com dirigentes do FMI e do Banco Mundial.
Aquele responsável político revelou que estão a decorrer negociações entre o FMI e uma delegação angolana e por isso desconhece a quantia que o Governo angolano vai obter do FMI.
Contudo, manifestou o receio que qualquer que seja a quantia a receber do FMI não seja suficiente para aliviar a grave situação financeira em que Angola se encontra.
O parlamentar disse que o Governo angolano deve vir a público esclarecer o que aconteceu a fundos de reserva e investimentos de centenas de milhões de dólares.
Adalberto da Costa Júnior está acompanhado da deputada Mihaela Webba (veja o vídeo).