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Angola: Serviço de Investigação Criminal reitera "estratégia de pureza interna"


"Aqueles atos que forem adversos àquilo que são os valores que o SIC preserva merecerão ação repressiva e ação disciplinar do nosso órgão", diz porta-voz

Vários efetivos do Serviço de Investigação Criminal, (SIC) em Angola começaram a ser detidos no âmbito da denominada “Estratégia de pureza interna”, levada a cabo por aquela instituição.

Os detidos são acusados de violação grave das normas de conduta durante a sua atuação.

Efetivos do SIC presos em Angola - 3:08
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As mais recentes detenções dizem respeito a quatro efetivos afetos à Direção Central de Operações em Luanda por violação grave do código de conduta e por crimes.

De acordo com dados do Serviço de Investigação Criminal (SIC), entre dezembro de 2024 e janeiro, foram detidos 28 efetivos para alguns dos quais para além de lhes ter sido instaurados os respectivos processos disciplinares lhes pesam processos-crimes.

Em entrevista à Voz da América, o porta-voz do SIC-geral disse que a estratégia decorre da necessidade de se preservar a imagem e o bom nome da instituição.

“Com essa estratégia pretende-se efetivamente adotar uma conduta modelar uma conduta exemplar e atuação profissional, porque é isto que norteia os valores que a instituição preserva", afirmou Manuel Halaiwa.

Ele acrescentou que "todos aqueles atos que forem adversos àquilo que são os valores que o SIC preserva merecerão ação repressiva merecerão ação disciplinar do nosso órgão".

Para Halaiwa não há razões para os efetivos que têm o papel de investigar e instruir processos-crimes que seguem para a Procuradoria-Geral da República agirem à margem da lei.

No entanto, assegurou que "são condutas isoladas, não são condutas que fazem parte da corporação e nem dos valores que a corporação preserva”.

Iniciativa aplaudida

O sociólogo Laurindo Bringo aplaude a iniciativa devido à importância e o papel daquele órgão de defesa e segurança para a confiança dos cidadãos e diz que a fraca personalidade de muitos desses agentes leva-os a quebrar normas apesar da formação que recebem.

Bringo alerta que alguns destes efetivos podem não estar a agir sozinhos, mas por influências externas.

“Existem líderes, superiores hierárquicos que infelizmente incentivam tais práticas e quando isso ocorre de certeza que o indivíduo não se encurrala numa situação dessa por si só, é uma rede”, opina Bringo.

Para o jurista Quito Fernandes, é essencial um serviço de investigação sério e credível para se fazer justiça, mas aponta para a necessidade de um recrutamento do pessoal com rigor e formação permanente.

“Tem que haver um crivo essencial necessário para que de certa forma venhamos a ter homens íntegros capazes e com formação contínua as sociedades são dinâmicas e o homem de certa forma pode ser volátil em determinadas situações”, concluiu.

O SIC garante que a estratégia de pureza interna vai continuar e os processos em curso podem dar na suspensão e no limite da expulsão da corporação.

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