O afastamento compulsivo e mediático do médico Adriano Manuel, em julho, continua a causar muita crispação entre classe médica e o ministério de Silvia Lutukuta.
No centro da crispação prevalece a questão da suspensão e o processo disciplinar instaurado contra o presidente do sindicato dos médicos, por ter denunciado a morte de 19 crianças, em menos de 48 horas, no Hospital Pediátrico de Luanda, alegadamente por falta de profissionais e ventiladores.
Além da suspensão, Manuel perdeu todos os subsídios e foi exonerado do cargo de chefe de controlo de infecções hospitalares do Hospital Pediátrico Luís Bernardino.
Os médicos filiados ao sindicato dizem que a situação é de tamanha injustiça e inadmissível numa democracia, uma vez que o seu colega criticou uma situação grave que poderia elevar o índice de mortalidade infantil.
Os médicos solicitaram o cancelamento da suspensão, mas não tiveram resposta das autoridades.
Neste sábado, os médicos realizaram uma marcha em Luanda para exigir justiça.
Franscico Domingos, director do Hospital Pediátrico, defendeu-se alegando que existiram motivos suficientes para a instauração do processo disciplinar.
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