Mais de 85 por cento dos professores da universidade pública de Angola têm que dar aulas nas instituições privadas “para equilibrar” as contas, disse Carlos Zassala do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes).
O sindicato avisou que a crise financeira que Angola vive não o vai impedir de continuar a reivindicar a resolução dos vários problemas que afectam a classe.
Segundo o secretário-geral Sinpes, Eduardo Peres Alberto, as reivindicações do caderno continuam em cima da mesa.
Com efeito, a insatisfação continua a ser a tónica dominante entre os professores da Universidade Pública de Angola.
Os motivos são o baixo salário que continuam a auferir, a falta de condições de trabalho, bem como a retirada de todos os subsídios dos professores sem qualquer justificação.
Alberto assegura que não haverá crise que os fará desistir de lutar pela causa.
“O Sinpes resolveu fazer trabalhos internos de levantamento dos mapas de subsídios em atraso nas várias regiões académicas e nós pensamos que não há crise financeira que justifique isso", disse.
"A greve continua interpolada, o nosso caderno reivindicativo continua de pé, o Sindicato volta em Agosto a pressionar o ministério do Ensino Superior para resolver o nosso problema", acrescentou.
Os problemas passam por baixos salários dos professores que se agravaram quando o Governo cortou os subsídios dos professores, sem qualquer justificação, segundo o coordenador da região académica de Luanda, Bengo do Sinpes, Carlinhos Zassala.
"Esses subsídios tinham sido aprovados para aumentar o poder de compra dos professores pelo baixo salário”, disse Zassala para quem “com o corte destes subsídios quase que na totalidade pelo Ministério das Finanças sem justificação, mais de 85 por cento de professores da universidade publica foram dar aulas nas instituições privadas, para equilibrar as contas”.