O presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola, André da Silva Neto, prometeu ter um diálogo mais aberto com todos os intervenientes nas eleições, reconhecendo insuficiências nas eleições de 2012.
A oposição angolana está muita agastada e contra o desempenho do actual presidente da Comissão Nacional Eleitoral, que foi reconduzido para mais um mandato de cinco anos.
A resolução da assembleia nacional foi aprovada esta Terça-feira com os votos a favor do MPLA, da FNLA e do PRS, enquanto os deputados da Convergência Ampla de Salvação de Angola - CASA-CE votaram contra, além da abstenção da UNITA.
A oposição tem vindo a criticar sobretudo o processo de registo eleitoral, em curso, mas conduzido pelo Ministério da Administração do Território e não pela CNE.
A UNITA considera que o mandato do presidente da CNE tem sido de uma gritante e desastrosa falta de coerência e pediu ainda esclarecimento sobre o recuar da posição inicial de André da Silva Neto quanto à disponibilidade de se manter no cargo, mas reconduzido nas funções depois de em 2016 ter alegado motivos de saúde para não continuar.
Em carta datada de Novembro último dirigida ao Conselho Superior da Magistratura Judicial e ao presidente da Assembleia Nacional, tornada pública na altura, o juiz André da Silva Neto, de 69 anos, invocava motivos de saúde para não se recandidatar ao cargo, no novo mandato.
André da Silva Neto explicou que um prognóstico errado sobre o seu estado de saúde tinha-o levado a crer que o melhor seria abandonar a posição para que havia sido escolhido.
Contudo uma segunda opinião médica contrariou a primeira e colocou-o “em condições em menos de uma semana”.
“Voltei ao país e reconsiderei a minha posição”, afirmou
André da Silva neto recusou-se e comentar as declarações da UNITA e da CASA CE sobre a sua actuação.
“O que praticarei daqui por diante falará por si”, disse, afirmando que até agora o processo de registo tem estado estado a decorrer “sem percalços”.
“ Os facto falarão por si”, disse acrescentando que todo o processo “vai ser mais dialogante quer com os actores políticos quer com todos os agentes que participam nas eleições”.
O presidente da CNE reconheceu que para as eleições de 2012 não tinha havido tempo para “preparar um processo com todo o mecanismo que deve nortear um processo desta natureza mas agora estamos em condições de o fazer”.
“Vamos ter um processo mais aberto mais dialogante e maior interacção com todos os participantes no processo”, acrescentou.
Ouça as opiniões do líder da bancada parlamentar da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, o secretário da UNITA para os direitos humanos, Joaquim Nafoia e Tomás da Silva, deputado do MPLA clicando aqui