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Angola: Preços dos produtos da cesta básica disparam na época festiva


Estabelecimentos comerciais em Malange
Estabelecimentos comerciais em Malange

Vendedores sem clientes, consumidores sem recursos para comprar, uma realidade que se repete a cada fim de ano

A agitação aumenta no seio de muitas famílias angolanas na hora de comprar os produtos da cesta básica nesta quadra festiva.

A maior parte dos bens alimentares conheceu algum incremento no custo e consumidores dizem que os recursos estão escassos.

Angola: Preços dos produtos da cesta básica disparam na época festiva
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Maravilho Figueira, residente na província de Malanje, diz que os preços da caixa de peixe, por exemplo, não estão à altura do poder de compra do cidadão.

“Conseguimos algumas coisas para ver se sustentamos a família, consegui uma caixa de peixe malundinho [cavala], os preços são variáveis, o carapau é que está mais puxado”, afirma.

Marta Manuel, vendedeira, Malanje
Marta Manuel, vendedeira, Malanje

Marta Manuel, de 42 anos, revendedora de produtos perecíveis, lamenta que nem há clientes para comprar o que tem nas bancadas nesta altura.

“Os preços não estão nada baratos, as coisas estão muito difíceis, não baixou nada, a [caixa de] coxa está a 18 mil kwanzas, tem que baixar a 10 mil kwanzas pelos menos, porque estamos a vender 12 mil kwanzas”, refere, acrescentando que o “arroz está tudo caro, não está a baixar, tem que voltar no preço antigo no tempo do mano Zé [José Eduardo dos Santos], mas desde que mano João veio as coisas estão sempre caras”.

Maravilho Figueira, funcionário público, Malanje, Angola
Maravilho Figueira, funcionário público, Malanje, Angola

O número de clientes nos estabelecimentos comerciais reduziu consideravelmente nos últimos dias.

Domingos Gaspar é gerente de um armazém na cidade de Malanje.

“Nem todos os dias são santos, é um dia que não foi previsto e os produtos mais concorridos são as gasosas, os arroz, a fuba, o óleo [alimentar], massa que são normais já vendemos nos dias normais”, aponta aquele gerente.

Domingos Gaspar, gerente de estabelecimento comercial no Mercado Municipal de Malanje, Angola
Domingos Gaspar, gerente de estabelecimento comercial no Mercado Municipal de Malanje, Angola

A especulação de preços na quadra festiva é uma prática para alguns operadores económicos e no dia 15 de dezembro, início da operação “Natal seguro”, foram apreendidos bens alimentares de acordo com o chefe dos Serviços Provinciais do INADEC, Carlos Correia.

Carlos Correia, chefe dos Serviços Provinciais do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), Malanje, Angola
Carlos Correia, chefe dos Serviços Provinciais do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), Malanje, Angola

“Já foram apreendidas 411 caixas de bolachas com facturas duvidosas, de uma só palavra falta de informação”, revelou.

Estabelecimentos comerciais, Malanje, Angola
Estabelecimentos comerciais, Malanje, Angola

A variação dos preços dos produtos da cesta básica está relacionada igualmente à cotação da moeda estrangeira, apontam operadores.

Neste momento, 100 dólares norte-americanos no mercado paralelo estão a ser transacionados a 113 mil kwanzas, contra os 91 mil no Banco Nacional de Angola.

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