Analistas em Luanda consideram que o envolvimento dos governantes
angolanos em negócios particulares em Portugal não pode pôr em causa
as relações de amizade entre os dois povos.
Para falar sobre o assunto, ouvimos Rui Mangueira, António Martins
da Cruz, Augusto Báfua Báfua, e Sediangani Mbimbi.
O contencioso judicial que envolve o Vice Presidente da República de
Angola e o ministério público português, continua a fazer correr muita
água por baixo da ponte e a refletir uma profunda crise nas relações
entre os dois países.
A nota de protesto divulgada na última semana, pelo ministério das
relações exteriores, reagindo as acusações do ministério público
português, contra o vice presidente, Manuel Vicente, veio confirmar
isso mesmo.
Na referida nota, o ministério das relações exteriores, considera um
sério ataque ao pais e chamou de inamistosa e despropositada, a forma
como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do ministério
público português contra Manuel Vicente.
O ministério angolano das relações exteriores advertiu, às autoridades
portuguesas, que esta notícia tem sido aproveitada por forças
interessadas em perturbar ou mesmo destruir as relações amistosas
existentes entre os dois estados.
As autoridades portuguesas já reagiram a nota de protesto do governo
angolano e sustentam que as acusações do ministério público português,
reflectem a separação de poderes que vigora no antigo pais
colonizador.
A crise nas relações entre Angola e Portugal voltou a ficar evidente,
na sequência do adiamento da visita a Luanda, da ministra portuguesa
da Justiça, Francisca Van-Dunem, por sinal de origem angolana.
Depois de confirmado o adiamento, o ministro angolano da justiça, veio
a público abrandar a onda de especulações.
Rui Mangueira justificou o adiamento da sua homologa portuguesa, por
não haver condições para a sua realização.