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Angola: Políticos e analistas veem golpes militares como resultado da falta de democracia e muita pobreza


General Brice Oligui Nguema, líder do golpe militar, empossado Presidente do Gabão, Libreville, 4 Setembro 2023
General Brice Oligui Nguema, líder do golpe militar, empossado Presidente do Gabão, Libreville, 4 Setembro 2023

Políticos e analistas políticos apelam à reflexão sobre as causas desses golpes militares em África.

Os recentes golpes militares da África Ocidental e Central têm provocado um forte debate tanto no continente africano como a nível internacional.

O Gabão, que integra a Comunidade Económica dos Estados da África Central, em que se encontram também Angola e São Tomé e Príncipe, foi palco do mais recente golpe, depois do Níger, em Agosto, e de Mali, Guiné-Concacri e Burkina Faso nos últimos dois anos.

Em Angola, políticos e analistas políticos apontam para a ausência de democracia e pobreza extrema da população como causas para essas situações.

Angola: Políticos e analistas veem golpes militares como resultado da falta de democracia e muita pobreza
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“A política é um exercício de autoridade com vista a dar resposta aos problemas dos cidadãos, o que nós temos estado a ver não é isso, portanto, é o reflexo de um certo desgaste, é o reflexo de um certo descontentamento da população face aos seus dirigentes”, aponta o líder da CASA-CE, para quem "em Angola temos que tirar lição disso".

Para Manuel Fernandes, "por um lado é a pobreza extrema, por outro, a ostentação de riqueza dos dignitários do poder, isso efetivamente frustra todo cidadão”.

Aquele líder político assinala que "a falta da abertura democrática e pobreza extrema da população leva determinados militantes africanos a salvarem as suas populações" e considera que “devemos tirar lições que o poder ao povo pertence e que só o podemos manter quando efetivamente ele está a dar resposta ao desígnio fundamental dos cidadãos”.

Por seu lado, o general e co-fundador da Forças Armadas Angolanas, Abilio Kamalata Numa, considera que o MPLA, partido no poder, teima em não democratizar o país, mas o movimento para democracia do país não vai parar.

“Este movimento não mais vai parar... o MPLA foi sobrevivendo, mas ultimamente está a esgotar-se, só espero que não venha a terminar em golpe de Estado”, afirma Numa.

Aquele político diz esperar "que os angolanos entendam definitivamente que não queremos voltar para a turbulência, os angolanos entendem que nós não queremos pertencer a ordens mundiais que não buscam os interesses da própria África”.

Para o analista político Manuel Cangundo, é importante que os países africanos que ainda não tiveram golpes militares reflitam "para evitarem o pior".

A Voz da América contatou Rui Falcão, porta-voz do MPLA, que prometeu pronunciar-se a qualquer momento.

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